10 carros esportivos raros e genuinamente brasileiros

 10 carros esportivos raros e genuinamente brasileiros

A indústria automotiva brasileira teve que se desenvolver muito para suprir as demandas nacionais, já que a importação só virou uma realidade realmente prática nos anos 90.

Todos vocês já devem ter ouvido falar dos veículos populares originais do Brasil, como o Maverick, Brasilia e Opala. O que talvez não seja de conhecimento geral diz respeito aos esportivos brasileiros, especialmente alguns raros – porém com características surpreendentes.  

Por isso, fizemos uma lista com 10 carros esportivos raros e genuinamente brasileiro. Confira!

1. Puma GT 1500

Puma GT 1500
Reprodução: Puma Classic

Atualmente, todos os veículos da Puma são itens de colecionador e, nitidamente, parte da história automobilística brasileira. A diversidade de modelos é grande, e a empresa chegou a fabricar até caminhões. 

O GT 1500, lançado em 1967, é o primeiro dos “Puminhas” (linha de carros mais conhecida da montadora). Foi nesse mesmo ano que a Volkswagen adquiriu a DKW e toda a sua produção, impulsionando o uso de novos itens. Logo, a Puma optou pelo motor com refrigeração a ar da própria VW, com cilindrada de 1.493cc, dando origem ao título “1500” do veículo. 

A partir dele, a fabricante desenvolveu vários outros pequenos esportivos, como o Spyder, GTS, GTC e AM4, resultados de contínuo aprimoramento ao longo dos anos. 

A Puma encerrou suas atividades em 1985, após enfrentar dificuldades variadas. 

2. Willys Interlagos

Willys Interlagos

O automóvel é considerado o primeiro modelo esportivo do Brasil, produzido de 1962 a 1966. Seu desempenho não era o maior destaque, atingindo no máximo 160 km/h, com um motor que variava de 845 cc a 1 litro, partindo de 42 a 70 cavalos. Entretanto, fez sucesso nas pistas do país e era, de fato, marcante para o automobilismo nacional. 

O nome Willys Interlagos é uma alusão ao autódromo de São Paulo e visa destacar a esportividade, assim como a sua origem brasileira. Apesar disso, trata-se de uma versão do Renault Alpine A108. 

3. Lobini H1

O projeto surgiu em 1999, por iniciativa dos empresários José Orlando Lobo e Fábio Bellini, os quais investiram 2 milhões de dólares para sua efetivação (ocorrida só em 2005).

A carroceria é feita de plástico reforçado por fibra de vidro; a abertura das portas e vidros, por sua vez, é elétrica.

O Lobini H1 possui motor 1.8 Turbo, derivado do Golf GTI. Somadas todas as características, o carro alcança 100 km/h em menos de 6 segundos – a velocidade máxima é de 230 km/h.

Um de seus grandes destaques reside no baixo peso para um veículo – apenas 1.025 quilogramas – além da boa performance nas pistas. 

4. Miura Saga

A empresa Miura surgiu por iniciativa de dois empresários do sul do País: Aldo Besson e Itelmar Gobbi. O carro mais icônico da marca veio em 1984, batizado de Miura Saga. 

Ele tinha um motor VW 1.8, mas sua enorme inovação estava nos equipamentos. Além disso, contava com ajuste elétrico para o volante, mini televisor, teto solar, bar e controle remoto para abertura das portas. 

Tudo era uma enorme novidade para o mercado nacional. O Saga II veio em 1988 e conseguiu ainda implementar esses acessórios que deixavam o esportivo tão desejável, dessa vez com motor 2.0 da VW. 

A produção de esportivos pela marca durou apenas até 1992.

5. Farus ML 929

O Farus ML 929 nasceu da família italiana Russo (daí o nome Farus). O carro mineiro foi lançado em 1978, e a sigla ML homenageia a matriarca da linhagem: Maria Luiza. 

Seu design com traços mais quadrados visto no automóvel era popular na época. 

O motor usado no ML 929 era da Fiat, também estabelecida em Minas Gerais, um 1.3 que não entregava alto desempenho. Esse modelo foi fabricado até 1984, mas a empresa prosseguiu até os anos 90, quando acabou se retirando no mercado devido à maior concorrência por causa dos importados.

6. Hofstetter 

Hofstetter

Dentre as inovações automotivas, este é um carro que obteve enorme destaque e é admirado até hoje. O criador – um entusiasta nato do automobilismo – Mario Richard Hofstetter deu início ao projeto com apenas 16 anos de idade, em 1973. 

O modelo tomou vida a partir do sonho de um garoto determinado, que trabalhou sem parar: foi artesão, executor e designer, sempre com sua ideia e objetivo em mente. 

A velocidade era uma das metas para essa máquina, em uma época na qual os automóveis raramente chegavam a 200 km/h. O motor usado no Hofstetter original era um Cosworth Brian Hart, normalmente destinado à Fórmula 1. 

Além disso, o carro não possuía janelas que abrissem, pois tudo era fixo e fechado, com portas no estilo “asas de gaivota”. Então, o ar condicionado ligava sempre junto com o motor. 

A grande inspiração para o design, muito exótico e inovador, foi a Alfa Carabo e, mais tarde, também teve influência do Maserati Boomerang.  

O Hofstetter veio com a proposta de ser um superesportivo. Exposto pela primeira vez no Salão do Automóvel de 1984, roubou a cena por justa causa. A produção sempre foi feita apenas no Brasil, e talvez o carro até tivesse ganhado maior visibilidade em territórios estrangeiros, como na Europa.Entretanto, Mario Richard acreditou no potencial nacional.  

7. Brasinca Uirapuru

Originalmente chamado apenas de Brasinca 4.200 GT, esse veículo brasileiro entrou para a história, principalmente por ser capaz de atingir 200 km/h, algo nada comum na década de 60. 

O carro foi apresentado no Salão do Automóvel de 1964, e logo virou a sensação do momento, embora seja pouco conhecido atualmente. 

A velocidade motivo de destaque era proveniente de um motor 4.3 de seis cilindros em linha da Chevrolet. Possui três carburadores, rendendo 157 cv de potência e 35 kgfm de torque. 

Seu design também era diferente e chamava atenção, com capô longo e baixo, além de uma traseira curta. De 1964 a 1966, apenas 73 unidades foram fabricadas, o que torna o carro muito procurado entre colecionadores.

8. L’Automobile Ventura

O cupê Ventura veio em 1978, com um design de destaque. Sua mecânica era relativamente simples, com motor Volkswagen 1.600 a ar. O maior realce era por conta dos acabamentos internos, muito bem feitos. Já os assentos eram de veludo, e o painel forrado com couro. 

A fabricação, que não contou com grandes números; era por conta da empresa L’Automobile, na época produtora de réplicas de Alfa Romeo. A firma paulistana fechou as portas em 1983, mesmo ano em que o modelo parou de ser produzido. 

9. Bianco S 1600

Obra de Toni Bianco, notável projetista de automóveis, o carro possui um design extremamente original. Introduzido pela primeira vez no Salão do Automóvel de São Paulo em 1976, sua aparência derivou dos modelos Fúria, que fizeram sucesso anteriormente. 

Sua potência nas pistas era inferior a estes, já que contava com o motor Volkswagen 1600 a ar. 

O Bianco S 1600 teve produção artesanal, pequena, porém constante. Atraía compradores por sua exclusividade e traços interessantes. Em 1980, a empresa que Bianco dividia com os sócios encerrou as atividades por desentendimentos internos, impedindo a continuidade do automóvel. 

Trata-se da versão de mais sucesso dessa linha, já que o modelo Tarpan não agradou o público.

10. Aurora 122-C

José Geraldo Fonseca/Divulgação

Considerado um dos últimos esportivos fora de série brasileiros, o Aurora 122-C teve sua produção iniciada em 1992. Foi apresentado ao público pela primeira vez no Salão do Automóvel de 1990, ainda na versão maquete, e um ano depois na versão definitiva, também nesse evento.

A empresa Aurora encerrou seu funcionamento em 1993, após medida do então presidente Fernando Collor, que promovia abertura às importações. 

Portanto, esse foi o principal motivo da curta vida do veículo, que não conseguiria competir com as opções do exterior.    

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