A vida de um balconista russo

 A vida de um balconista russo

O Balconista S/A aproveitou que o maior torneio do futebol mundial esteve na Rússia para descobrir como é o dia a dia de um profissional do balcão de autopeças neste país. O destino foi uma das cidade-sede da competição: Kaliningrado.

A cidade situada à beira do Mar Báltico é a capital da província de Kaliningrado, um enclave russo entre a Polônia e a Lituânia. O local já foi dominado pelos poloneses, prussianos e alemães.  Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o território foi incorporado à União Soviética.

Na Copa do Mundo, as atenções estiveram voltadas à Arena Baltika, estádio do clube local FC Baltika. Com uma capacidade de 35 mil espectadores, o recinto de Kaliningrado sediou os seguintes jogos do Mundial: Croácia x Nigéria, Sérvia x Suíça, Espanha x Marrocos e Inglaterra x Bélgica.

Para saber mais sobre o balcão em Kaliningrado, procuramos a LAL-Auto, rede de autopeças fundada há 20 anos atrás. O balconista Kirill Irkhin, de 29 anos, é quem nos ajuda a descobrir a vida de um profissional na Rússia. Ele já trabalha na área há seis anos, depois de ter se formado na universidade técnica em 2012.

“Nós não tivemos nenhuma instrução sobre o procedimento durante o Mundial”

“Em Kaliningrado existem três cadeias de lojas de autopeças. Nosso estabelecimento tem nove filiais, enquanto as outras duas têm quatro cada. Além desses grandes varejos, existe outros 10 especializados em algumas áreas, como embreagem e rolamento”, explica Kirill.

Ele cita que o péssimo asfalto influi nos componentes requisitados pelos consumidores. “Pelos problemas nas estradas russas, as peças mais procuradas são da suspensão: pivô, coxim, barra de torção, bieletas, entre outros. Além disso, o óleo de motor também é muito solicitado pelos clientes que aparecem por aqui”, revela.

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Kirill também nos conta que existem pedidos pontuais dependendo da época: “Há um ano atrás o problema mais comum era a tampa do termostato do motor 102 da Mercedes. Agora, ninguém mais vem com esse tipo de contratempo. Com a mudança climática, aparecem as deficiências nos sistemas de ignição: velas, bobinas e sensores”.

No dia-a-dia, Kirill dá uma base de quantos consumidores passam no balcão da LAL-Auto diariamente. “Por dia temos cerca de uma centena de clientes ou um pouco menos, tudo isso para quatro balconistas”, diz.

Sobre a Copa do Mundo, o balconista de Kaliningrado diz que os funcionários da autopeça ainda não foram guiados sobre o atendimento a torcedores que sofram eventualidades na Rússia. “Nós não tivemos nenhuma instrução sobre o procedimento durante o Mundial. Acho que vai ser difícil, porque a maioria dos comerciantes não fala bem o inglês”, revela.

O jipe russo

Um dos símbolos da Rússia são os carros da Lada. Mas um modelo em específico fez muito sucesso nos quatros cantos do mundo: o Niva. Ele foi o primeiro veículo off-road de produção em massa a apresentar uma arquitetura monobloco, suspensão dianteira independente com molas helicoidais, um antecessor dos SUVs crossover de agora.

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O Niva começou a ser produzido em 1977 e continua sendo fabricado até hoje. Atualmente, os modelos são batizados de Lada 4×4 e continuam fazendo sucesso. “Vemos poucos carros russos (Lada, GAZ, UAZ) em Kaliningrado. Apesar disso, todos amam o Niva para ir pescar ou caçar, além do seu preço atrativo”, conta Kirill.

O modelo ultrapassou as fronteiras da antiga União Soviética e chegou ao Brasil na abertura das importações em 1990. Logo, o carro passou a ter um fã-clube expressivo em território brasileiro. O balconista Kirill Irkhin ficou impressionado em saber que o jipe da Lada faz sucesso por aqui: “Muito legal saber que eles têm fãs tão longe”.

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