Com o aumento de motores 3 cilindros no mercado, muita gente passou a acreditar que aqueles com 4 pistões são mais caros.
Os motores de 3 cilindros começaram a dominar o mercado nos últimos anos, ao menos no que diz respeito aos veículos 1.0. Tal fenômeno vem acontecendo, em teoria, porque esses propulsores são mais leves, menores e, especialmente, mais eficientes. Isso ocorre devido à menor quantidade de peças móveis, o que reduz as perdas ocasionadas por atrito.
Com isso, aumenta-se a economia de combustível. No entanto, muitos consumidores e profissionais da área passaram a acreditar que a razão principal por trás dessa predominância seria um menor custo de produção.
Na realidade, essa crença não procede. Ainda que muitas montadoras tenham optado por substituir os 4 cilindros da linha 1.0 por motores de 3 cilindros, duas fabricantes mantém os dois tipos de propulsores: Chevrolet e Fiat. Um estudo nas tabelas de preços dessas marcas derruba essa teoria, haja vista que as produções que envolvem mais pistões custam menos em ambos os casos.
Em relação à frota da Chevrolet, por exemplo, o carro mais acessível é o Joy equipado com motor de 4 pistões. O valor de tabela para comercialização deste modelo é de R$ 56.890. Já o Onix hatch, que serviu como base para o Joy e é equipado com motor de 3 cilindros, custa R$ 65.690.
A linha Fiat traz o Mobi como o automóvel mais acessível, cujos valores podem variar entre R$ 38.990 e R$ 47.390. Todas as versões da gama Fire carregam motores 1.0 de 4 cilindros. Logo acima, vem o Uno nas versões Attractive, Drive e Way, com propulsor FireFly de 3 cilindros e preços entre R$ 47.490 e R$ 50.190.
Ainda que nenhuma marca forneça dados referentes aos gastos de fabricação, tanto a Chevrolet quanto a Fiat reiteram que os propulsores tricilíndricos custam mais do que os de 4 pistões.
O valor de um propulsor não está ligado apenas ao metal utilizado em sua produção. Isso quer dizer que um cilindro a mais não vai, necessariamente, deixá-lo mais caro. O que, de fato, aumenta seu custo é a tecnologia embarcada. Os motores turboalimentados, por exemplo, têm uma produção mais cara do que os similares aspirados.
No caso da Fiat, os motores 1.0 de 3 cilindros da família FireFly, possuem comando de válvulas roletado, variador de fase e corrente de comando. Ou seja, via de regra, os motores tricilíndricos são muito mais modernos e trazem mais tecnologias. O mesmo ocorre na Chevrolet, que associa o maior custo de produção dos tricilíndricos às tecnologias empregadas.
Se a produção de motores de 3 cilindros custa mais, por que os fabricantes preferem esse modelo?
Simplesmente por necessidade. Em 2022, entrou em vigor a fase L7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). E, até 2030, existem metas a serem batidas relacionadas à eficiência energética impostas à indústria automotiva.
Por fim, esclarecemos que os motores com 4 pistões não devem sumir do mercado, mas devem se limitar às cilindradas maiores.
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