Aliança inédita promete ajudar a renovar a frota nacional de caminhões

 Aliança inédita promete ajudar a renovar a frota nacional de caminhões

União envolvendo três gigantes fomenta a compra de veículos antigos e a venda de novos, zero quilômetro (sistema Euro-6/P8), da VW; confira

Com o objetivo de apoiar a renovação da frota nacional de caminhões, a Vamos (Concessionárias Transrio e Tietê), a Gerdau e a Volkswagen Caminhões e Ônibus se juntaram para realizar um projeto, inédito, que retirou 140 caminhões com mais de 20 anos de idade das rodovias brasileiras.

O programa foi anunciado em um evento na unidade de produção de aço da Gerdau, na cidade paulista de Araçariguama. Entre os presentes estavam o vice-presidente da República e atual ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além de representantes do governo federal, executivos, empresários e imprensa.

A expectativa é que, a partir do recolhimento e da reposição, a medida colabore com a rentabilidade de motoristas autônomos, aumente a produtividade do sistema logístico do país e, de quebra, influa tanto para movimentar a economia, quanto para melhorar a sustentabilidade.

A tríade empresarial desenvolveu um conjunto de ações focado na construção de um ciclo completo de upgrade de ativos, que se inicia com a compra do veículo obsoleto, passa pela reciclagem de seus componentes e termina com a comercialização, em taxas menores, de um outro, recém saído da fábrica. Entenda.

A dinâmica do novo plano

No Brasil, o Grupo Vamos lidera a locação e a venda de caminhões, máquinas e equipamentos, detendo uma ampla rede de concessionárias de veículos novos e seminovos.

Pertencente à Simpar, a companhia adquiriu quase uma centena e meia de caminhões com tempo de fabricação entre 28 e 53 anos e da propriedade de profissionais que exercem suas atividades por conta própria nas estradas. Em linhas gerais, o acordo lista como principais pretensões:

  • Proporcionar liquidez financeira aos antigos proprietários, que poderão se beneficiar, indiretamente, do programa do governo usando o valor recebido como entrada na compra de um veículo seminovo ou mesmo utilizá-lo em projetos pessoais;
  • Colaborar com a empregabilidade e rentabilidade dos motoristas autônomos;
  • Promover mais saúde e qualidade de vida para os profissionais do volante;
  • Reduzir a emissão de partículas poluentes em razão da correta destinação de caminhões antigos para reciclagem;
  • Diminuir acidentes e reduzir trânsito e congestionamentos, sobretudo decorrentes de quebra e mais necessidade de manutenção dos veículos antigos;
  • Contribuir com a produtividade da economia e benefícios para sociedade, com ênfase para os consumidores (mais qualidade dos produtos com melhor preço);
  • Ter como consequência a redução do número de doenças respiratórias e cardiovasculares diminuindo o custo social e econômico para o sistema de saúde público.

Para conseguir tudo isso, no entanto, foi necessário um investimento em torno de R$ 4 milhões, destinado à aquisição da frota envelhecida. As prospecções a caminhoneiros ocorreram nos portos cuja concentração de veículos antigos é mais incidente: Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

O segundo passo

Após desmobilizados, os “velhinhos” recém-comprados pela Vamos foram direcionados à Gerdau, maior recicladora de sucata ferrosa da América Latina, responsável por transformá-los em matéria-prima para a produção de aço 100% reciclável e com uma baixa pegada de carbono. 

Em sintonia com a economia circular, então, houve o encerramento do ciclo de vida desses caminhões. Como dissemos aqui, o conceito de circularidade consiste na criação de soluções colaborativas a fim de incentivar a reutilização de materiais e assim permitir o uso renovável dos recursos naturais.

“A Gerdau recicla anualmente 11 milhões de toneladas de sucata metálica, o equivalente ao volume de carros produzidos em um período de cinco anos. O aço é um material infinitamente reciclável e, para cada tonelada de sucata reciclada, é evitada a emissão de 1,5 toneladas de CO2 (dióxido de carbono)”, disse o vice-presidente da Gerdau, Rubens Pereira.

Além disso, os novos caminhões contam com a mais moderna tecnologia no Brasil para motores a diesel, que gera menos emissões do gás poluente.

Novos veículos VW nas ruas

Outro fator decisivo para a concretização do programa foi a instituição da Medida Provisória 1175/23, do Governo Federal, anunciada em junho, que viabilizou o envio de R$ 700 milhões para atualizar a frota de caminhões; mais R$ 300 milhões, à de ônibus.

Sob a mesma regra de alcançar modelos com mais de duas décadas de circulação, a concessão de descontos variou de R$ 33 mil a R$ 99 mil, o que ajudou a pôr nas ruas 140 novos Volkswagen das gamas Meteor e Constellation, com inteligência embarcada, segurança operacional e conforto.

“Há mais de 20 anos, defendemos a criação de um plano para renovar as frotas brasileiras de caminhões e ônibus, que estão envelhecidas, cada vez menos seguras e mais poluentes”, afirmou o presidente e CEO da VWCO, Roberto Cortes.

E continuou. “Foi com satisfação que recebemos dos ministérios da fazenda e do desenvolvimento, indústria, comércio e serviços a notícia do lançamento do primeiro programa brasileiro de renovação de frota, incentivando a aquisição de veículos mais sustentáveis, ao qual aderimos de imediato.”

Por fim, ele também enfatizou que a parceria da empresa alemã com a Vamos e a Gerdau permitiu que toda a cadeia produtiva fosse beneficiada, bem como o ciclo de vida útil dos produtos VW e principalmente os frotistas e transportadores autônomos brasileiros.

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