Já para 2024, as projeções são de crescimento no volume de todos os indicadores de mercado, de acordo com a Anfavea
Na última semana, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou o balanço estimado do setor automotivo em 2023, além das projeções para 2024.
O ano que se encerra foi marcado por aumento relevante no mercado interno, estabilidade na produção e queda nas exportações. Em relação ao próximo ano, a estimativa é de mais um degrau de crescimento, não só de vendas, mas também nos outros dois principais indicadores da indústria automobilística.
Confira em detalhes o levantamento preparado pela entidade e entenda como a crise econômica na Argentina teve influência decisiva para derrubar o resultado de novos negócios no exterior.
Depois de um primeiro semestre aquém do esperado, houve um relevante aumento no ritmo de vendas de autoveículos a partir de agosto, atingindo média de 10,6 mil unidades/dia em novembro. O ano deverá fechar com 2,29 milhões de emplacamentos, alta de 8,8% sobre 2022, acima dos 6% inicialmente projetados pela Associação.
No segmento de pesados, os ônibus tiveram surpreendente crescimento de 18,8% no ano, graças, sobretudo, à maior demanda por modelos de uso rodoviário. Já os caminhões, conforme o previsto, registraram queda de 15,2% após a forte antecipação de compras ocorrida em 2022, na esteira da nova fase de legislação de emissões que elevou os custos dos produtos.
Para 2024, a Anfavea projeta vendas de 2,450 milhões de autoveículos, uma elevação de 5,8% sobre 2023. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 5,3% para automóveis e comerciais leves, e de 14,1% para veículos pesados.
Apesar do crescimento do mercado interno, a produção recuou 0,5% no ano, em função da queda nas exportações e do aumento relevante das importações. A estimativa, faltando poucos dias para o encerramento do ano, é de uma produção acumulada de 2,359 milhões de autoveículos.
Para o ano que vem, a expectativa da Anfavea é de crescimento de 4,7% nesse volume, o que representa 2,470 milhões de unidades fabricadas. “Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, afirmou o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.
Depois de um 2022 de forte crescimento, os embarques neste ano recuaram 17%, com 399 mil unidades. Além do encolhimento no mercado doméstico de importantes destinos, como Chile e Colômbia, houve uma sensível perda de participação dos produtos brasileiros na Argentina, nosso principal parceiro comercial, a ponto de ele ser superado pelo México pela primeira vez na história.
Se os modelos nacionais ainda tivessem a participação de 49% no mercado argentino, como há quatro anos, teríamos vendido 95 mil unidades a mais neste ano. Porém, a fatia brasileira caiu a 27%. Para 2024, a projeção da Anfavea é de exportações totais de 407 mil unidades, leve alta de 2% na comparação com 2023.
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