Autopeças

Como ocorre a certificação do Inmetro para as peças de reposição?

A fim de garantir o devido padrão de qualidade, o instituto estabelece um rigoroso processo de conformidade e segurança; entenda

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) desempenha um papel vital na defesa dos direitos do consumidor, garantindo que mercadorias e serviços disponibilizados no Brasil atendam aos mais altos padrões de qualidade, segurança e precisão.

Nesse sentido, o controle feito pela autarquia atinge uma extensa gama de produtos, como eletrodomésticos, brinquedos, equipamentos elétricos, entre outros, de setores diversos, indicando que foram testados e que cumprem as normas estabelecidas nacional e internacionalmente para a comercialização.

Na indústria de veículos, não é diferente. Hoje, o Balconista/SA vai desvendar a metodologia de certificação das peças automotivas voltadas à reposição. Apesar de robusto e intrincado, o processo visa oferecer confiabilidade e conformidade aos componentes fabricados e postos em circulação no país. Acompanhe.

Conhecendo a Portaria 145 de 2022

Através do Inmetro, o Ministério da Economia publicou no dia 28 de março de 2022 a Portaria nº 145 que aprova os Regulamentos Técnicos da Qualidade e os Requisitos de Avaliação da Conformidade para Componentes Automotivos – Consolidado. 

O ato revogou o antigo ordenamento (301 de 21/07/2011), reforçando a obrigatoriedade do registro de cada uma das partes listadas a seguir:

I – amortecedores da suspensão;
II – bomba elétrica de combustível para motores do ciclo Otto;
III – buzina;
IV – pistões de liga leve de alumínio, pinos e anéis de trava (retenção);
V – anéis de pistão;
VI – bronzinas;
VII – lâmpadas;
VIII – bateria chumbo-ácido;
IX – materiais de atrito para freios, e
X – terminais de direção, barras de direção, barras de ligação e terminais axiais.

O Sindicato Nacional da Indústria de Reparação de Veículos (Sindirepa Brasil) defende que o nicho da reparação fique atento e exija que mais componentes tenham a legitimidade atestada pelo Governo Federal, de modo a barrar a ascensão de produtos duvidosos nas plataformas de comércio eletrônico.

Os 6 passos para a obtenção do selo Inmetro

1. Solicitação inicial:

Tudo começa com a iniciativa do fabricante ou importador que busca a certificação para uma peça automotiva específica. Assim, uma solicitação formal é submetida ao órgão, dando início ao processo.

2. Documentação detalhada:

Aí, o solicitante fornece um conjunto detalhado de documentos técnicas sobre o item, incluindo especificações, desenhos e manuais. Esta etapa estabelece a base para os subsequentes exames em laboratórios.

3. Ensaios laboratoriais rigorosos:

Em seguida, os componentes são submetidos a testagens meticulosas dentro de diferentes laboratórios, a fim de mostrarem se obedecem ou não as regras aplicáveis, que abrangem desde critérios de proteção mínimos até padrões de desempenho e durabilidade máximos.

4. Avaliação da conformidade:

Com base nos resultados das provas e em posse da documentação anexada, o Inmetro verifica a conformidade das peças com as normas já definidas pelos protocolos do segmento, observando, por exemplo, dimensões como peso, altura e largura do produto.

5. Inspeção de fábrica:

Na sequência, o instituto também pode realizar inspeções nas instalações da empresa, com o objetivo de conferir se as etapas de produção e controle de qualidade estão de acordo com as diretrizes industriais.

6. Certificação e marcação:

Após a conclusão bem-sucedida dos tópicos anteriores, o Inmetro finalmente emite seu selo. Os itens certificados passam, então, a ostentar a marca do instituto, informando que cumpriram com êxito todas as etapas exigidas para liberação e que, portanto, estão aptos à comercialização.

A importância do selo

Embora complexa, essa autenticação feita pelo Inmetro representa mais do que uma simples marca, mas o compromisso com a proteção dos consumidores, já que um selo atribuído comprova o escrutínio do órgão sobre uma mercadoria, assegurando que ela não traz riscos à integridade dos usuários.

Isso, por sua vez, favorece a indústria, à medida que aumenta a confiança do comprador em um determinado produto, e ainda preserva o próprio mercado nacional, seja no combate ao comércio paralelo de peças ou atenuando os efeitos terríveis da venda de componentes não conformes, o que inclusive põe a vida no trânsito em cheque.

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