Como surgiram os testes de segurança?
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E se você soubesse de antemão o que aconteceria caso o seu carro sofresse um acidente? Pode até parecer coisa de vidente, mas é exatamente isso o que testes de segurança propõem-se descobrir.
![carro](https://balconistasa.com/wp-content/uploads/2021/08/GALERIA_1bLAYOUT.png)
Antes mesmo de chegarem às concessionárias, os automóveis são submetidos a um rígido processo de planejamento, definição e desenvolvimento. Seguindo determinações do IBAMA, são verificados níveis de emissão de ruídos e poluentes. Em seguida, sistemas de segurança veicular ativa e passiva. Todos aspectos essenciais para definir se o carro está, ao menos, apto a rodar.
Apesar do cuidado, muitos dos modelos aprovados chegam ao consumidor final devendo uma performance satisfatória no quesito segurança. Para contornar isso, programas de avaliação foram, e são, criados para reavaliar os níveis de segurança de múltiplos modelos. Na Europa, por exemplo, uma boa parte dos países se uniu para padronizar o processo avaliativo.
A mudança aconteceu em 1958, quando a maioria dos governos europeus assinou um acordo, sob coordenação de um grupo da ONU responsável por segurança no trânsito, que previa uma série de fatores a serem avaliados em todos os veículos novos. Entre esses controle de estabilidade, desempenho do freio ABS e eficiência dos cintos. No entanto, o Brasil nunca implantou um método nesse molde. Até o momento, estes se limitam a organizações privadas (que avaliam o desempenho dos seus próprios produtos) e independentes.
Principais tipos de teste
- Impacto frontal
Ação: Colisão direta com uma barreira de concreto sólida a 56 km/h.
Objetivo: Simular a colisão com outro carro, do mesmo peso, andando na mesma velocidade.
- Impacto lateral
Ação: Colisão de um pistão a 56 km/h com a lateral de um veículo.
Objetivo: Simular um veículo que cruza indevidamente um cruzamento e colide com um outro carro.
- Controle Eletrônico de Estabilidade
Ação: Manobras evasivas com dupla mudança de pista
Objetivo: Verificar a habilidade de deslocamento lateral do veículo, estabilidade e capacidade de fazer um traço linear.
![carro](https://balconistasa.com/wp-content/uploads/2021/08/GALERIA_1aLAYOUT.png)
Fábio Marcel da Silva é o engenheiro responsável pelo campo de provas da ZF Aftermarket, distribuidora de peças de segurança. Diariamente, ele acompanha de perto testes de segurança que submetem os produtos da empresa a condições extremas de utilização. Ao ser questionado sobre o procedimento feito em casos onde os resultados não batem com a classificação média, ele explica. “O objetivo principal dos testes é garantir não só a segurança dos ocupantes de veículos, mas também a dos pedestres. Qualquer produto que tenha o resultado fora do exigido por legislação e normas de segurança deve ser alterado, corrigido e ter seu processo de validação refeito”.
Como os testes de segurança são montados?
![modelo de boneco de testes de segurança em carros](https://balconistasa.com/wp-content/uploads/2021/08/GALERIA_2LAYOUT.png)
No Brasil, as principais avaliações independentes são feitas pelo Latin NCap, uma divisão que atende desde 2010 toda a América Latina e o Caribe. Em geral, os modelos avaliados são produtos cedidos por montadoras, ou adquiridos por patrocínio de instituições que apoiam o programa. Dentre as principais simulações estão colisão lateral, frontal e capotamento. Em todas, a gravidade da deformação na carroceria e o impacto sofrido pelos passageiros são essenciais para a definição da nota atribuída.
Para entender a gravidade do impacto sofrido são usados car crash dummies, bonecos que representam os seres humanos adultos e crianças. Toda a construção deles é feita para alcançar o máximo de precisão nos resultados. Para isso, são usados materiais que simulam a fisiologia do corpo humano. Isso desde os principais ossos – como a coluna, feita de discos de metais intercalados por discos de borracha – até as partes externas. Sensores também são instalados a fim de capacitar a medição das consequências físicas de cada acidente.
Onde ficam os sensores?
Na cabeça
Medem acelerações laterais, verticais e longitudinais
No pescoço
Medem a força do impacto
No peito ou tórax
Medem aceleração e deslocamento das costelas
Na pélvis
Medem acelerações laterais, verticais e longitudinais
No fêmur
Medem esforços na região superior das pernas
Nos joelhos
Medem esforços sofridos no impacto
Nas tíbias
Medem forças e torções próximas
Nos pés
Medem acelerações nas direções lateral, vertical e longitudinal
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