Das entregas ao balcão de alto padrão

Os primeiros passos em uma autopeça são variados. Alguns começam no estoque, enquanto outros já tem sua experiência inicial no balcão. No caso de Johnny Franco da Silva, de 35 anos, foi diferente. O balconista da Braskape – loja localizada no bairro do Brooklin Novo, em São Paulo-SP – inaugurou sua trajetória no setor de entregas, como motoboy, e após anos de experiência chegou às vendas.

“Aos 18 anos eu comecei como motoboy em uma loja de autopeças, no Campo Belo. Fiquei dois anos e depois fui contratado pela Autopeças Guararapes, que já não existe mais. Lá eu fazia entregas de moto, mas logo fui para a expedição, no comando dos entregadores. Depois eu finalmente cheguei ao balcão”, conta Johnny.

Johnny viu as oportunidades aparecerem e não perdeu tempo para agarrá-las. “Eu sempre quis crescer. Eu era motoqueiro e percebi que eu era melhor na expedição. Na sequência vi outra possibilidade de subir mais alguns degraus no setor e, desde então, faço parte da equipe de vendas”, afirma.

Há oito anos na Braskape, Johnny fala que a clientela deste bairro da capital paulista costuma pedir componentes de carros mais exclusivos. A região do Brooklin Novo é um dos centros financeiros da cidade, uma zona rodeada de investimentos residenciais e comerciais de alto padrão. E isso é refletido nos automóveis que o balconista “atende”.

“Os carros são diferentes de outros que aparecem em muitos bairros de São Paulo. É outro nível de veículos. Aqui na autopeça uma das maiores demandas são de peças para automóveis da BMW. Outros componentes muitos procurados aqui são de modelos da Land Rover”, fala o balconista da Braskape.

Johnny aproveita para contar algumas histórias de balcão, principalmente das vezes que ganhou o cliente ao se esforçar para conseguir um componente.

“Eu atendo alguns motoristas particulares. Um dia chegou um rapaz com um Chrysler Town & Country, e ele precisava muito de um coxim desse veículo, mas ninguém tinha. Eu falei pra ele que eu conseguia, mas ele duvidou. Arranjei a peça e rolou até uma caixinha. O cara me indicou para os amigos deles. Ganhei o cliente. Até estou no grupo de WhatsApp dos companheiros de trabalho dele para fazer orçamento”, revela.

“Outra história é da vez que vendi discos e pastilhas de Mercedes-Benz E350. Uma oficina na Vila Olímpia precisava muito desses componentes, mas eles não achavam em lugar nenhum. Eu encontrei. No fim do expediente, lá pelas 18 horas, eu peguei minha moto, amarrei as peças na minha moto e levei para a mecânica. Me agradeceram e até pagaram lanche. É muito gratificante ver seu trabalho sendo bem feito e ser reconhecido por isso”, diz orgulhoso.

Além das histórias, Johnny também dá dicas aos novatos do balcão. Para o funcionário da Braskape é muito importante a comunicação e o comprometimento com o cliente. Mesmo com o excesso de funções, o atendente precisa passar confiança ao consumidor para que ele possa indicá-lo para outra pessoa.

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“Seja sempre comunicativo. Hoje não temos como dar tanta atenção porque atendemos telefone, balcão e WhatsApp, então ficamos muito sobrecarregados. Mas lembre-se que uma indicação leva a outra. Dê atenção”, alerta.

Johnny também enfatiza que o aprendizado nunca pode ser deixado de lado. “Hoje, um carro é lançado todo dia, então você sempre tem que estar atualizado. Tem que ler muito, porque não existe um vendedor que possa falar que é o melhor. Até porque uma pessoa mais nova na profissão pode ensinar os mais velhos se estiver bem informado”, finaliza.

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