Dia nacional do Fusca: mudanças da primeira para a última versão no Brasil
O Fusca teve somente uma geração durante os 46 anos que teve em atividade no Brasil (1950-1996), mas nunca foi o mesmo carro.
O Fusca é, sem dúvidas, um dos carros mais queridos do mundo. Aqui no Brasil, ele dominou as ruas durante décadas e hoje chama atenção por onde passa. Embora a nossa indústria, naquela época, não tivesse a prática de renovar seus modelos com a constância de hoje (principalmente no período de importações fechadas), mais ou menos de quatro em quatro anos, chegava uma nova geração de um modelo, ou, pelo menos, uma remodelação daquela geração.
O ‘besouro’ representou o contrário disso: não teve uma nova geração, nem passou por alterações drásticas de estilo, mas nunca deixou de se transformar ao longo de sua trajetória. Tido como o bom senso em automóvel, a Volkswagen dizia sobre os aperfeiçoamentos no “Folks”: “você não os vê, você os sente”. Talvez, esse tenha sido um dos muitos motivos que o fizeram um campeão de vendas, e não se mexe em time que está ganhando, não é, Volkswagen?
É sobre algumas dessas sutis, mas importantes mudanças que falaremos hoje, em comemoração ao dia nacional do Fusca, afinal, cada uma delas marcou toda uma fase do Fusquinha.
Trazido ao Brasil por importação (do carro completo e, posteriormente, para ser montado) desde 1950, os primeiros “Fuscas” tinham o famoso vidro traseiro bipartido, conhecido como “Split Window”. Foi só com a nacionalização em 1959 que o modelo passou a ter o vidro traseiro maior, retangular.
Outra peça muito marcante no conjunto do pequeno Folkswagen eram os carismáticos faróis “olho de boi”, que permaneceram no modelo mesmo após primeira grande reestilização, equipando o 1300 e o Fuscão 1500 até 1973, quando foi substituído por faróis ainda redondos, porém com vidro reto.
Foram vários tipos e configurações das lanternas do Fusquinha. No início, era bem pequena, vermelha, mas a partir de 1962 ele recebeu novas lanternas, maiores, e com duas configurações: bicolor (vermelha e laranja) para os modelos Standard e totalmente vermelha nos demais.
Em 1970, as lanternas foram levemente redesenhadas e agora recebiam a luz de ré na mais nova versão 1500 conhecida popularmente como Fuscão. Na mesma época, o Fusca foi equipado com novos para-choques, deixando de lado o modelo com duas barras e batentes.
No final da década, em 1979, recebeu lanternas maiores que logo foram apelidadas de Fafá em alusão à cantora Fafá de Belém. O Fusca Fafá teve lanternas bicolores (vermelha e branca), tricolores e fumê.
Mais um destaque do carrinho era a sua tampa traseira, que foi mudando ao longo dos anos e de acordo com cada versão. Durante os anos 60, a tampa tinha um vinco marcante que formava uma espécie de “W” e que foi sendo suavizado até que deixasse a tampa 100% lisa a partir de 1970 nos modelos de entrada. No 1500, a tampa recebeu aletas para uma melhor refrigeração do motor. Em 1974, chegou o Bizorrão 1600S com uma curiosa capa plástica com emblema da versão para maior captação de ar para o cofre do motor. As aletas foram aumentando com o passar do tempo e acompanharam o Fusca até o seu fim definitivo em 1996.
Pois é, embora fosse o mesmo carro durante toda a sua história, o Fusca nunca foi igual! Sempre havia uma novidade num friso aqui, um retrovisor novo acolá e tudo isso contribuiu para o sucesso que ele fez sendo o carro mais vendido do país por 23 anos seguidos com mais de 3,1 milhões de unidades produzidas. E até hoje não tem quem não o conheça, mesmo as novas gerações que sequer haviam nascido quando ele estava em linha.
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