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Direção hidráulica dura? Saiba quais são as causas e como consertar

Problema de direção hidráulica dura é comum. Motivos de sua ocorrência vão de quantidade incorreta de fluido a pivôs danificados.

Uma das piores sensações possíveis na hora de conduzir um veículo é se deparar com dificuldades para mover a direção. Ainda mais se ela for hidráulica, cuja tecnologia implementada em sua fabricação tem como principal função tornar mais fácil a movimentação do volante.

Antes de abordar as causas que podem justificar a direção hidráulica dura e as melhores maneiras de resolver a questão, é preciso entender quais são os principais tipos de direção encontrados em veículos. É importante também dissertar um pouco acerca do funcionamento deles.

Direção mecânica

Funcionamento inverso. Essa frase pode definir a dinâmica das direções mecânicas presentes nos primeiros automóveis da história. Onde hoje é encontrada a direção dos veículos, havia, em um passado distante, barras e alavancas. Caso o motorista quisesse que o carro fosse para a direita, deveria movimentar a alavanca para a esquerda, e vice-versa.

Foi apenas no final do século XIX, mais precisamente no ano de 1890, que apareceram os primeiros veículos que possuíam volante. O automóvel pioneiro nessa questão foi o Panhard & Levassor 4HP, fabricado na França.

O veículo francês trouxe aos olhares do mundo o sistema de direção mecânica, caracterizado por ter poucos recursos – se comparado aos sistemas mais modernos, como o de direção hidráulica, por exemplo. 

O item essencial desse conjunto de peças era o volante, que propiciava àquele que estivesse guiando o carro a movimentação de suas rodas.

No sistema mecânico, a força de movimento empreendida pelo motorista chega à caixa de direção através da coluna de direção – que tem a possibilidade de ser bipartida ou inteiriça, a depender do ângulo em que são posicionados a caixa de direção e o volante. 

Outro detalhe da coluna de direção é o fato de ela poder ter sua altura e profundidade ajustadas pelo motorista, que também tem a opção de readequar o modo de condução na coluna, segundo suas preferências.

Também componente do sistema mecânico, as barras de direção fazem a ligação das caixas de direção às rodas do veículo. Além de articuláveis para seguir os movimentos da suspensão, elas são envolvidas por uma coifa, responsável por protegê-las de problemas eventualmente relacionados à caixa de direção.

De forma geral, a direção mecânica é pouco recomendada para quem procura conforto ao conduzir veículos. Isso porque o esforço físico do motorista passa a ser o maior responsável pela locomoção do automóvel.

Um ponto positivo deste tipo de sistema é o baixo custo para realizar sua manutenção, dada a ausência de componentes eletrônicos que costumam encarecer o serviço de conserto.

Leia também: Informações sobre o sistema de suspensão veicular.

Direção elétrica

Antes de chegar à direção hidráulica, este guia, que visa esclarecer dúvidas sobre seu mau funcionamento, fará uma mudança brusca: do sistema mais antigo (mecânico) ao mais moderno.

Primeiramente manifestado no mercado por meio do Suzuki Cervo, no ano de 1988, a direção elétrica faz parte do mais moderno dos sistemas de direção veicular existentes na atualidade.

Presente de forma crescente em modelos compactos, o conjunto movido à energia elétrica não tira nenhuma potência do motor – o que conta muito para carros cujo propulsor é de 1.0 litro. Um dos principais pontos de superioridade da direção elétrica é sua eficiência energética, possível graças a um pequeno motor elétrico posicionado na cremalheira, na barra ou na coluna de direção.

Esse propulsor possui sensores capazes de identificar movimentos feitos pelo condutor do carro. Dessa forma, ele envia sinais para um conjunto eletrônico que aciona a unidade elétrica, para que seja possível executar o movimento da direção. Assim, o condutor pode ter seu esforço reduzido. 

Portanto, nesse sistema não há bomba, óleo, reservatório de óleo, nem mangueiras.

Uma dúvida que pode surgir é o risco de pane elétrica, tal qual é possível ocorrer em qualquer sistema elétrico. Nesta hipótese, porém, o sistema elétrico para de funcionar, mas não trava a direção, que apenas fica mais pesada.

Direção hidráulica

O mais comum de todos os sistemas de direção. De concepção simples, porém mais complexo do que o mecânico, o sistema de direção hidráulica possui itens como bomba hidráulica, reservatório de óleo e mangueiras de baixa e alta pressão, responsáveis por fazer um fluido circular.

Em condições de pleno funcionamento, a direção hidráulica é capaz de reduzir o esforço do motorista em até 80%, a depender do automóvel. No Brasil, o primeiro representante desse sistema foi o Ford Galaxie, produzido em 1967.

A responsável por fazer o fluido do sistema funcionar é a bomba hidráulica, que é alimentada pelo movimento de uma correia ligada ao motor. Ao girar o volante, o fluido que está sob pressão interfere no mecanismo da direção, tendo como consequência a redução da força que precisa ser feita.

À medida que o volante é virado, a válvula presente no sistema abre – permitindo ao óleo sob pressão fazer força no pistão que aciona a barra de direção – para depois fechar. Considerando que a bomba hidráulica é movimentada pela força do motor, a direção do sistema usa potência do propulsor do carro, fazendo com que haja uma perda média de três a quatro cavalos.

A manutenção do sistema hidráulico é mais complexa em comparação a dos demais sistemas. Ela é importante por ser capaz de prevenir que a direção fique dura, o que pode acontecer por diversos motivos. Isso pode até causar acidentes graves que envolvem motorista, passageiros e terceiros.

Falta, excesso ou contaminação de fluido: o que deixa a direção hidráulica dura

O erro ao completar o fluido hidráulico é um dos motivos mais comuns do endurecimento da direção do sistema. Caso seja colocada uma quantidade de fluido maior do que a necessária, é possível que sejam acumulados resíduos no circuito hidráulico, o que faz com que a eficiência do fluido seja reduzida. 

Introduzir quantidade inadequada de fluido também pode causar danos à bomba de direção e entupimento dos dutos do sistema. A consequência imediata de qualquer uma das práticas inadequadas citadas anteriormente a respeito do fluido hidráulico é o enrijecimento da direção e a perda da eficiência do sistema. 

Em outras palavras, a direção perde seu aspecto hidráulico – idealizado para reduzir o esforço do motorista – e passa a necessitar de mais esforço mecânico para fazer manobras e movimentar o volante.

Assim como o excesso de fluido é prejudicial ao sistema de direção hidráulica, o mesmo pode ser dito acerca de sua falta. O nível de fluido não deve estar abaixo do mínimo para evitar que a direção fique dura.

Quando se percebe uma redução no nível de fluido logo após ter sido feito o abastecimento do item, é possível que esteja ocorrendo um vazamento no circuito hidráulico. Como consequência, exige-se mais esforço por parte dos componentes do sistema.

Ao notar essa falha, é necessário realizar uma inspeção e reparação minuciosas nos locais que apresentam problema. A contaminação do fluido também deixa a direção hidráulica dura, fazendo com que os resíduos entupam o filtro e tais impurezas atinjam o compressor do sistema, que é acionado mecanicamente.

Além do enrijecimento da direção hidráulica, um sintoma de problema no fluido hidráulico é o aparecimento de ruídos ao movimentar o volante. Isso indica que o sistema está se esforçando mais do que o normal para virar as rodas do veículo.

Problemas na correia

A direção hidráulica dura também pode ocorrer pelo fato de a correia veicular se encontrar tensa. Veículos modernos contam com a correia universal, denominada “Poly-V”; uma de suas funções é acionar, simultaneamente, vários sistemas do automóvel. 

Além disso, ela possui um tensor que ajusta a pressão da correia, para que as polias acionadas sejam movidas de forma correta.

No caso de a tensão ser baixa, a correia irá patinar ou escorregar sobre as polias, principalmente sobre a da direção hidráulica. Por não girar em velocidade normal, o compressor diminui a pressão no circuito hidráulico, afetando diretamente o esforço que é necessário fazer no volante do carro. 

Dessa forma, é necessário se certificar que a tensão na correia está adequada, bem como que o item não se encontre muito desgastado.

Outras causas para direção hidráulica dura

Vazamento ou obstrução das mangueiras do circuito hidráulico e baixa pressão da bomba de compressão do fluido por fatores mecânicos também podem deixar a direção hidráulica dura. Além dessas causas para enrijecimento, a coluna de direção pode se encontrar fora de alinhamento, e o sistema de direção pode estar avariado ou apresentar terminais de direção com pivôs danificados.

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