Um carro com DNA norte-americano, mas fabricado no Brasil. O Dodge Charger R/T foi uma criação nacional ocasionada pela vinda da Chrysler ao nosso país. Em 1967, a montadora dos Estados Unidos assumiu as operações da Simca do Brasil, divisão brasileira da extinta marca francesa, e tinha como objetivo bater de frente com o Chevrolet Opala e o Ford Galaxie. A primeira investida foi o Dodge Dart, mas o grande ícone dessa fase da fabricante é o Placa Preta desta edição.
No bairro da Aclimação, em São Paulo, Ricardo Orsetti, coordenador de compras da Domínio Auto Peças, é o orgulhoso dono de um Dodge Charger R/T. O modelo é de 1973 e mostra porque ele foi o ícone da Chrysler em sua fase nacional. O cupê nasceu com alma esportiva, pronto para disputar o mercado da época com o Ford Maverick GT e o Opala SS. Com um motor V8 318, o carro é derivado do Dart norte-americano e diferente do modelo de mesmo nome que era comercializado nos Estados Unidos.
Com um ronco de motor ensurdecedor, o Charger R/T, que na sigla significa Road & Track, pode alcançar a velocidade de 180 km/h. O veículo tem câmbio manual de quatro marchas, mas o que mais chama a atenção são detalhes únicos deste carro nacional: teto de vinil, cor dourada no bloco do motor, grade com os faróis embutidos para dentro e vidros que abrem sem divisão de coluna.
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Ricardo nos conta que a paixão pelo modelo veio do pai, Arnaldo Orsetti, que já conhecia bem a peça: “Sempre gostei de carro. Em 1996, a gente estava para se mudar para o bairro da Aclimação. Nessa época, passamos por uma rua da região e vimos um Charger jogado dentro de uma garagem. Meu pai se empolgou por ele havia tido dois ou três veículos desse tipo quando mais jovem. Então ele sempre falava que ia comprar um”.
O poder do motor do Charger R/T impressionou Ricardo na primeira vez que ele ouviu o ronco. “Um dia, meu pai me levou para ver um amigo. Quando o carro ligou na garagem eu me apaixonei pelo barulho na hora”, afirma. Com isso, a procura pelo carro aumentou. “Encontramos um modelo no bairro do Brooklyn. Ele estava perfeito, só faltavam as rodas originais e o volante, que eram de outro modelo da Dodge, o Magnum. Só que depois, o dono do carro trocou ele por uma moto Kawasaki Ninja”, relata.
Após muita procura e insistência, Ricardo finalmente achou o Charger R/T em 1996. “Eu marquei de ver outro na Mooca, que é esse. Ele veio pronto, praticamente não mexemos nele. A única coisa que não é original é a lanterna traseira, que é de um modelo de 1975”, diz.
Ricardo faz questão de usar o carro quando pode e até já percorreu grandes distância com o cupê nacional. “Eu vou a encontros de Dodge Charger do Mopar Clube Brasil. Eu acabo levando ele em eventos em Jundiaí. O mais longe que eu andei na estrada com ele foi até Águas de Lindóia (aproximadamente 190 km)”, afirma.
A paixão de Ricardo não para no Charger R/T. Ele já teve outras relíquias, mas por causa da falta de espaço ele ainda não aumentou sua coleção. “Já tive outros carros: um Chevetinho, uma Impala 61. Mas no fim acabo negociando eles por não ter espaço na garagem. Se pudesse teria um monte de carros”, fala.
O Charger R/T já faz parte dos Orsetti pelas histórias que ligam o carro à família. É por isso que Ricardo se apega tanto ao veículo e à montadora. “Já andei em outros do tipo, como o LeBaron. Eu gosto da marca e também da história, né. Pelo meu pai que já teve. Na verdade o carro é do meu pai, mas como ele está mais velho ele fala que ele é meu né (risos). Virou uma história da família, né, 21 anos é muito tempo.” Agora, o esportivo já começa a ser admirado pelas novas gerações. “Hoje quem curte é o meu filho de três anos”, finaliza.
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