Diferentes carros lotavam a garagem da sua oficina dia após dia. Entre as peças e as ferramentas sujas de graxa, Marcelo Gian caminhava mais uma vez em direção ao almoxarifado do negócio do seu pai. “Comecei a trabalhar com ele aos 15 anos de idade”, conta. No período que passava lá, ele assumia o controle de todos materiais, os entregando aos mecânicos e organizando as peças que chegavam. Mal sabia que futuramente teria o seu próprio negócio: a Autopeças Gian.
Ainda que tenha tido uma adolescência diferente das outras pessoas, a sua vontade sempre foi de estar ali. Fascinado por carros desde pequeno, o empresário aprendeu a manobrá-los com apenas 13 anos. “Essa paixão sempre esteve em mim.” E de fato esteve. Com 15 anos, ele já tinha habilidade para sair dirigindo sozinho. O anseio pelo controle não estava concentrado só no volante. Enquanto dirigia pelas ruas da cidade, Marcelo imaginava como poderia controlar a própria vida.
O objetivo de conquistar suas próprias batalhas e de alcançar a sonhada independência o estimulou a traçar o próximo passo: a matrícula no curso de administração. Para ele, a decisão foi clara. O relacionamento que tinha com cada cliente da oficina mostrou que a gestão de um negócio poderia ser o caminho certo. “Eu não gostava da parte mecânica. Nunca senti que era o meu perfil, sabe? Então me identifiquei com a parte administrativa. Acho que sempre gostei de interagir com pessoas”.
A formatura já se aproximava e Marcelo ainda não tinha uma ideia clara em sua mente. Foi ao refletir sobre o seu trabalho no negócio do seu pai que tudo despertou. “Eu tinha o contato de todos os fornecedores, exatamente porque a gente comprava do próprio distribuidor. Então, eu já tinha conhecimento de mercado. Sabia onde comprar e de quem comprar.” Ele colocou então essas ideias para amadurecer e com o tempo soube que queria montar seu próprio negócio: uma autopeças.
“Meu pai me ajudou bastante no começo. Ele que cedeu o espaço, um prédio vizinho a oficina. E também ajudou no capital inicial.” Com mais duas pessoas, eles assumiram todas as responsabilidades do empreendimento. Compras, cadastramentos, listas de preços e organização do estoque eram feitos pelos três. Além dessas obrigações, todos ainda tinham que vender e entregar os produtos para clientes. “O começo foi um período difícil”.
Com o tempo veio a setorização. Pouco a pouco, novos funcionários ocuparam funções que estavam sobrecarregadas. Logo três se tornaram oito. Oito se tornaram doze. E doze se tornaram dezoito. Dezoito funcionários que formavam a Autopeças Gian. O crescimento poderia fazer com que a proximidade com o público se perdesse. Mas o criador nunca perdeu o foco. Sabia que o bom relacionamento com os funcionários era preciso para um crescimento conjunto. “São eles que agregam o cliente, eles que conseguem fazer a empresa progredir”.
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Hoje, a autopeças já conta com vinte e oito anos de história. E assim como qualquer outro empreendimento, seu enredo conta com episódios bons e ruins. “Nós já passamos por várias crises ao longo desses 28 anos, e graças a Deus conseguimos superar todas elas.” Um dos momentos superados surgiu há 13 anos. Em uma manhã, ao perceberem o dano no quadro de força e a ausência de boa parte do estoque, os funcionários chamaram Marcelo e o informaram que havia algo errado. Quando chegou, viu um buraco na parede, e entendeu que havia sido roubado.
Ele não gosta de relembrar a história. Prefere deixar que a memória cultive os momentos bons e os frutos que a trajetória rendeu. “Quando eu montei a loja eu era solteiro. Hoje sou casado, tenho dois filhos e ambos trabalham comigo.” Saber que o sonho cultivado há anos crescerá pelas próximas décadas é inexplicável para ele. Quando perguntado sobre o seu maior sonho, nem mesmo hesita em dizer: “Quero que meus filhos deem continuidade ao negócio e tenham mais sucesso do que eu mesmo pude ter”.
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