Quando olhamos para uma fotografia vemos um momento único, irreproduzível, algo que aconteceu apenas naquele segundo. Muitas vezes, não temos noção que aquele instante nunca mais irá se reproduzir e que está eternizado na história. O trabalho de um fotógrafo é tão importante quanto o de um historiador ou de um jornalista, seu trabalho é documentar momentos.
Julio Nery é um jovem fotógrafo de 23 anos, vindo de uma família simples do bairro da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. É um garoto sonhador que está conquistando o mundo sob o olhar de suas lentes.
Nery começou a fotografar logo depois que saiu do colégio, em 2013, ele estava na fase onde ficava perdido e não tinha muito o que fazer. Pelo fato de seu pai já ter trabalhado na área, Julio se inspirou, pegou a câmera semiprofissional de sua irmã e começou a fazer alguns “clicks” pelas ruas da metrópole, as vezes com amigos, as vezes sozinho.
“Na foto está um amigo meu, Ricardo Takeuchi, ele sempre foi um dos caras que mais me incentivou no começo. Quando eu fotografava com a semiprofissional, ele abriu uma loja de roupas e me chamou para tirar umas fotos, me emprestou todos os equipamentos e falou ‘véi pode pirar’, foi assim eu tomei mais gosto.”
Apesar de nunca ter feito nenhum curso, Julio começou a se destacar e se encontrou na fotografia. Um ano após começar por hobbie, ele conseguiu um emprego como assistente de fotógrafo.
“Fiz a entrevista, passei e comecei a dar assistência a esse fotógrafo. Foi a maior escola que eu tive, tipo eu aprendi tudo, aprendi a fotografar, tratar imagem, utilizar os programas e aprender o que é o mercado fotográfico.”
Uma das especialidades de Julio é a fotografia automotiva. Após sair do estúdio, o jovem começou a trabalhar em uma produtora especializada, quase 100%, em carros. “O foco dela é vídeo, raramente faz fotos. Quando eu entrei lá foi tipo um BOOM para a minha cabeça, porque eu nunca tinha feito vídeos, nem sabia como esse mercado funcionava e talz.”
“Eu tive a oportunidade de fotografar carros legais em lugares legais.” Um dos “trampos” que Julio mais admira foi um trabalho realizado para Jeep, na qual ele fotografou a campanha do Jeep Compass.
“Essa foto foi durante a gravação da campanha do Jeep Compass e essa cena foi durante a produção. Eu não tinha tempo para fotografar, muito menos tinha tempo com o carro. Basicamente eu tinha que aproveitar os gaps, os espaços entre as gravações, desde que não atrapalhe. Essa foto foi um dos momentos da filmagem, era uma cena que a moça, a atriz, subia em cima do carro para fazer umas fotos e tudo mais. Véi essa cena para mim foi muito incrível, porque o lugar tinha uma neblina que do nada aparecia e cobria tudo. Nunca tinha visto algo assim, era tipo Silent Hill total. Foi a melhor gravação, um dos trabalhos que eu tenho mais consideração.”
Todas as fotos que Julio compartilha em suas redes sociais tem algum significado, muitas vezes não são nem de trabalhos, mas sim de pensamentos. Nery conta que gosta de andar e fotografar, pois além do trabalho, a fotografia é um hobbie, parte de sua vida.
“Quando estou meio cansado, chateado ou estressado, eu tenho o costume de sair sem rumo para fotografar.”
Com metas internas, como fotografar veículos em alta velocidade ou número de fotos, Nery se desafia a melhorar. “É preciso ter treino, você não pode treinar no lugar que você vai fotografar.”
Muitas das fotos de Julio segue um perfil mais urbano, sempre com luzes realçadas e fotos com bastante movimento. Suas viagens, seus rolês e seu dia a dia são registrados sob suas lentes.
“Essa gravação foi de madrugada, foi minha primeira gravação de madrugada. Foi foda véi, no meio da Marginal Pinheiros com a van da produtora aberta, a gente preso no cinto de segurança, com o porta-malas aberto e a milhão, foi muito louco.”
Nery percorreu alguns eventos também, a maioria relacionada ao mundo dos carros customizados. Entre encontros e corridas, Julio agregava ainda mais no submundo dos carros e motos tunadas.
O Drift Meet é um dos maiores eventos de veículos personalizados. Também é um local onde acontece competições, baladas e outros espetáculos relacionados a esse mundo.
“Esse momento foi quando o carro estava chegando no evento, foi muito louco porque, esse carro chama atenção, parecia cena do Velozes e Furiosos, quando o carro chega e todo mundo fica olhando e fotografando.”
Com a uma bolsa nas costas e uma bicicleta vermelha, Julio percorre a cidade de São Paulo com um olhar que só um fotógrafo urbano consegue ter. Sua relação com a cidade é tão íntima como a relação com sua namorada.
Cenas as quais só uma cidade como São Paulo pode proporcionar, como a gravação de um clipe de rap ou um jovem brincando com sua moto no gramado da empresa que trabalha, todas retratando momentos únicos, que graças ao Julio, nunca mais serão esquecidos.
“Não tem uma foto perfeita mano, até porque, a sua relação com a fotografia muda diariamente, pelo menos, para mim que clico sempre. Tem dias que eu gosto muito de fotografia urbana, já outros eu quero clicar a natureza. Não tem foto perfeita, depende do que você está vivendo, sentindo, onde você está ou o que você quer. Para cada dia existe uma foto perfeita diferente”.
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