Os destaques e os fracassos do Salão de Detroit

Após 112 anos, o Salão de Detroit, mais antiga mostra da indústria automotiva nos EUA, abriu suas portas pela última vez no inverno americano. O motivo? Cada vez mais a feira tem perdido participantes. Nesta edição, isso ficou ainda mais claro devido aos grandes espaços vazios e a falta de atrações.

Muitos acreditam que o grande problema é a data escolhida: 19 de janeiro. Isso porque dias antes acontece em Las Vegas a feira de eletrônicos CES, principal da sua categoria e concorrente – já que atualmente grandes montadoras têm apresentado lá os seus protótipos modernos. Nos últimos anos, o evento já perdeu participantes como Porsche, Mercedes-Benz, Audi, BMW e outras marcas de peso. Mas ainda conta com alguns grandes nomes.

O Salão de Detroit de 2019 foi o evento escolhido pela Ford para apresentar a nova geração do crossover Explorer – incluindo as versões híbrida, Police Interceptor e ST de 405 cavalos. Além do lançamento, também trouxe ao pavilhão a série especial Mustang Shelby GT500, que fez os olhos de muitos brilharem.

A Volkswagen foi outra grande marca que ainda apostou no evento, ao apresentar o Passat reestilizado na plataforma PQ46, e não na global MQB. Já no estande da FCA, um dos destaques foi a picape RAM 2500, que será trazida ao Brasil no segundo semestre com motor a gasolina 6.4 Hemi V8. Uma das poucas que investiu em dois estandes foi a Kia, ao projetar um espaço para apresentação e outro para o test-drive do Telluride.

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A maior parte dos expositores se contentou com estandes simples, carros elevados em plataformas, alguns postos interativos e um protótipo ou clássico aqui e ali. O toque de modernidade ficou por conta dos telões em alta definição, bem comuns em qualquer evento do tipo espalhado pelo mundo. Aliás, muitas montadoras sequer fizeram a clássica coletiva com a imprensa, algo bem comum no Salão de São Paulo mesmo quando uma marca não tem um grande lançamento para apresentar.

A estratégia para o próximo ano é que o Salão de Detroit se mude de janeiro para junho. A ideia é torná-lo uma mostra interna e externa para ampliar a experiência dos visitantes. Ainda assim, há quem tenha receio da mudança, já que a data terá um novo empecilho: o início das férias escolares de verão. Resta esperar para ver se as pessoas estarão dispostas a sacrificar os seus primeiros dias de sol para conhecer os novos lançamentos de 2020.

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