Peças esportivas que ganharam as ruas

 Peças esportivas que ganharam as ruas

Ir até o limite com um carro é difícil, mas é necessário para poder aprimorar os automóveis. Assim, o esporte a motor é de fundamental importância para a evolução dos modelos de passeio, já que a maioria dos componentes foram criados ou aprimorados nas pistas de corrida de diversas categorias, onde os veículos dão o máximo de seu rendimento. Confira a seguir as peças que ganharam os holofotes no automobilismo e depois invadiram as ruas da cidade:

Cinto de segurança:

Este acessório apareceu nas pistas de corrida depois da Segunda Guerra Mundial, sendo adaptado dos aviões militares. Os primeiros cintos de segurança utilizados no esporte a motor eram comprados do exército, tendo a cor verde-oliva.

Até 1961 o acessório não era obrigatório nas pistas de corrida dos Estados Unidos. Com o tempo, a “inovação” foi para os carros de passeio. Antes de 1965 a indústria automobilística norte-americana não fornecia o cinto como um equipamento básico nos bancos dianteiro, sendo opcional em alguns carros desde a metade da década de 50.

Espelho retrovisor:

A primeira edição das 500 Milhas de Indianápolis, em 1911, protagonizou a aparição do espelho retrovisor de forma inédita. Ele foi montado no capô do monoposto batizado de Marmon Wasp. A peça foi uma resposta ao pedido dos pilotos por mais segurança durante a corrida, já que Ray Harroun iria dirigir o carro sozinho, enquanto os outros competidores utilizavam veículos com dois lugares. A invenção deu sorte, resultando na vitória de Harroun.

O retrovisor rapidamente apareceu nos carros de passageiros. Em 1912 eles já eram oferecidos como um equipamento opcional nos veículos da Chevrolet. Em 1916 o espelho começou a vir de fábrica na maioria dos automóveis da época.

Turbocompressor:

Existente desde 1938 nos caminhões, a tecnologia foi introduzida nos carros pela primeira vez em 1952, nas 500 Milhas de Indianápolis, que na época era uma etapa da temporada de Fórmula 1. O monoposto guiado por Fred Agabashian continha um motor turbodiesel da Cummins. Apesar da pole-position, o piloto abandonou a prova.

Em 1962, a Chevrolet lançou o Corvair Monza. Também na mesma época, a Oldsmobile apresentou o Jetfire. Ambos foram os primeiros carros de produção a serem equipados com o turbocompressor.

Freio a disco:

Muitos fabricantes já usavam o freio a disco em seus modelos de produção antes da década de 50. Só que a britânica Jaguar trouxe o componente para os grandes holofotes do automobilismo, em 1953, quando o C-Type venceu a tradicional prova das 24 Horas de Le Mans. Como a performance do carro foi muito satisfatória, a peça acabou sendo popularizada e aperfeiçoada conforme era utilizada em corridas.

Injeção de combustível:

Na temporada de 1954 da Fórmula 1, a Mercedes-Benz trouxe pela primeira vez a injeção mecânica direta de gasolina ao automobilismo. O sistema foi adaptado do caça alemão Messerschmitt Bf 109E, utilizado na Segunda Guerra Mundial. O resultado nas pistas foi excepcional, levando o argentino Juan Manuel Fangio ao título.

Dois anos antes da Mercedes-Benz levar a injeção de combustível à Fórmula 1, a Bosch aplicou o sistema no Goliath GP700, ainda assim as montadoras não haviam adotado massivamente essa nova maneira de alimentar o motor. Em 1958, a Chrysler lança os primeiros modelos a usarem a injeção eletrônica. A popularização só veio nos anos 80, quando os carburadores começaram a ficar obsoletos.

Suspensão:

O lendário engenheiro Colin Chapman, da Lotus, introduziu o conceito original de gerenciamento por computador da suspensão hidráulica. Em 1987, o modelo guiado por Ayrton Senna possuía um sistema computadorizado mais avançado da suspensão ativa, que se ajustava com as mudanças da condição da pista.

Hoje em dia, a GM emprega o Magnetic Ride Control, tecnologia similar ao usado pela Lotus na Fórmula 1, em diversos modelos mais esportivos, como Corvette, Camaro, Cadillac CTS-V e GMC Sierra Denali.

Câmbio automatizado:

A transmissão semi-automática foi introduzida na temporada de 1989 da Fórmula 1. Aproveitando sua aliança com a Ferrari, que já utilizava esse tipo de câmbio em seus carros de passeio, a Fiat incorporou a tecnologia à sua linha de montagem no Brasil em 2008.

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