A paixão pelos carros sempre passa de pai para filho. Essa é quase uma regra quando falamos de automobilismo. Ainda mais quando consideramos o amor pelos antigos. No caso do Leandro Ribeiro e seu filho Vinícius a história não foi diferente. “O meu filho também já pegou o gosto. A ferrugem está no sangue, não tem jeito. Ele está naquela fase da empolgação. Vê um carro legal e já quer comprar. Ou melhor, quer que o pai compre, né?”, diz Leandro, que trabalha há 30 anos no ramo dos transportes.
Mas se engana quem pensa que trazer a família para o lado dos antigos traz só prejuízo, afinal, foi o próprio Vinícius quem descobriu a caminhonete que hoje é um dos xodós da família.
Ela chegou há mais de 6 anos atrás, depois de muita insistência por parte do filho. “Eu nem queria ir ver. Só fui porque ele insistiu muito, mas fui pronto para não fechar o negócio”, diz Leandro. Acontece que, assim como o ferrugem passa pelo sangue, o olhar clínico também. “Quando vi, pensei: ‘ela está feia demais, mas a estrutura está excelente. A lataria também’”. Resultado? Negócio fechado.
De lá para cá, foi muito trabalho. Só para restaurar a pintura e “mexer em algumas coisinhas”, foram quase dois anos. “Restaurar a pintura significa deixar na lata e pintar de novo. Reformar você só pinta, é diferente”, diz. Passado o tempo, e quase R$100 mil gastos, a caminhonete não é mais a mesma. Literalmente.
Além do trabalho de restauração, Leandro resolveu melhorar a qualidade do carro. Hoje, ela tem um motor V8, câmbio automático e o diferencial do Landau 83.
“Uma caminhonete dessas, 4 cilindros, tem o valor muito baixo. Agora uma 8 cilindros, como eu fiz, com documentação regularizada, o valor mais que dobra. Faz uma grande diferença”.
Hoje, fora a F100, a dupla está fazendo um Charger RT 75, e um Fusca 68, cujo dono é o Vinícius. “Eu já tinha prometido para mim mesmo que o Dodge ia ser o último”, diz Leandro. Claro que não foi. “Aí comprei o Fusca, pensando que seria o último. É sempre assim, igual no bar. Se você disser que vai tomar a saideira, você não vai embora nunca”.
Apesar da pequena frota de carros, Leandro explica que já não tem mais a mesma paciência que tinha para a restauração. Um dos seus grandes objetivos dos próximos tempos é encontrar carros raros.
“Carro raro para mim não é aquele de 1930, que ninguém sabe qual é. Eu ‘tô’ vendo um Fusca 68, único dono, com 38 mil quilômetros, 100% original. Tem manual, chave reserva e nota fiscal. Isso sim é coisa rara. Se eu encontrar esse carro, pago até R$ 40 mil porque tem toda a história dele. E a história não tem valor”, diz.
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Acontece que, apesar de saber da existência do tal Fusca, o Leandro não sabe bem onde encontrá-lo. Ele explica que, nesse meio, quando alguém descobre um carro desses, ainda que não possa comprá-lo, guarda o segredo até o momento de fechar o negócio.
“Ninguém quer me dizer onde esse Fusca está, mas não tem problema. Eu tenho uma ideia e, se precisar, a gente bate de porta em porta até descobrir onde essa relíquia está”, conclui.
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