Propagandas automotivas: relembre comerciais marcantes
Mudanças na forma de interagir com o público impactaram o mercado automotivo.
É muito comum estarmos assistindo televisão e nos deparar com diversos comerciais de carros. Dos mais simples aos mais elaborados, alguns se destacam por contar boas histórias. Outros, por outro lado, chamam a atenção por exibir os modelos e todas as suas tecnologias de maneira atrativa.
A qualidade de algumas dessas peças publicitárias é tamanha que algumas, inclusive, são lembradas até hoje – muito por conta também de parcerias com filmes e músicas.
Para entender um pouco mais sobre esse universo, vamos fazer uma viagem no tempo sobre as propagandas automotivas. Afinal, elas foram evoluindo e ganhando novas formas de se comunicar com o consumidor ao longo dos anos.
Os anos 1920 e 1930
Com a indústria automobilística crescendo, as montadoras arranjavam maneiras diferentes e interativas para levar seu produto ao cliente final.
Antigamente, era muito comum o uso de flyers e cartazes com grandes ilustrações dos veículos, um slogan chamativo acima e um texto abaixo da imagem informando tudo que você poderia fazer com aquele veículo.
E isso não ocorria somente com os carros: praticamente todas as publicidades nacionais e internacionais seguiam este mesmo modelo, sem manter uma identidade específica.
O pós-2ª guerra
Nos anos 40, a indústria em geral estava se concentrando na produção bélica. Os consumidores comuns foram deixados de lado e o foco principal era a guerra. A produção de carros foi substituída pela produção de jipes e tanques, por exemplo. Assim, a publicidade seguiu pelo mesmo caminho: o foco não era mais falar dos carros, mas sim da união nacional.
Com o fim da guerra, o ideal do “sonho americano” se propagou em diversos países. A esperança de um novo mundo era muito propagada por meio dos anúncios. O luxo e status eram almejados por todos e esta estratégia era muito utilizada pela Ford e pela General Motors, principais montadoras da época – principalmente no Brasil, onde foram pioneiras.
Além disso, o Brasil estava sob a presidência de Juscelino Kubitschek, que promovia a industrialização e modernização do país. Assim, as ilustrações das propagandas davam lugar à imagens reais dos veículos.
A mudança foi feita para adaptar as propagandas para uma realidade onde as cidades estavam sendo “feitas para os carros”.
Mais para frente, em meados dos anos 70, os modelos de fabricação nacional dominam o mercado e a publicidade começa a ganhar uma identidade.
Além disso, no mesmo período ocorria a crise do petróleo, fazendo com que os discursos voltassem para a economia de combustível.
A época de ouro das propagandas automotivas
Junto à popularização do rádio, TV e outros meios de comunicação, a publicidade nacional trazia muitos slogans. Nos anos 90, as importações tomaram grandes proporções e novas marcas foram introduzidas nos comerciais.
Ganhava quem era mais criativo nas propagandas; assim, as montadoras nacionais precisavam ultrapassar as internacionais por meio da publicidade.
Nos anos 80, por exemplo, umas das propagandas mais populares foi a do Escort XR3, que contava com a presença do campeão mundial Ayrton Senna. Já com a chegada dos anos 2000, a estabilização econômica transforma o discurso publicitário em um discurso de varejo. O preço e as condições de pagamento são os atrativos para a compra de um veículo.
Porém, as propagandas começam a se repetir e o repertório torna-se menos criativo e mais difícil de alcançar o público e ter uma identidade visual. Uma das alternativas das montadoras foi juntar-se ao universo do entretenimento, como ocorre até hoje – e não somente em propagandas automotivas.
Parcerias com filmes – como a propaganda do Passat em parceria com o filme Star Wars, que foi o comercial de carro mais assistido do ano de 2011 -, desenhos e músicas tomavam conta dos jornais, rádios e até mesmo da TV.
Hoje, as propagandas automotivas acompanham um tom mais próximo da era digital, trazendo referências à modernidade e ao sonho de futuro próximo – com a tecnologia cada dia mais inserida no mundo automotivo.
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