Silenciador de escapamento: como funciona e qual a importância?
Alguns gostam de mais barulho, outros não, conheça a importância do silenciador de escapamento.
A queima de combustível e o funcionamento do motor geram ruídos, algumas pessoas gostam do clássico som veicular, outras preferem algo mais silencioso. Para reduzir o barulho, os carros contam com duas peças, chamadas silenciador e abafador, ambas fazem parte do sistema do escapamento e são elementos importantes do carro.
Basicamente, o silenciador é um conjunto de tubos e câmaras interligados feitos para amenizar sons inconvenientes. Já o abafador tem uma função semelhante e com seu formato cilíndrico ele está presente em carros, motos e caminhões.
No caso do carro existem duas peças no sistema de escapamento que funcionam para diminuir os ruídos, o silenciador, também conhecido como silencioso intermediário, e o abafador, conhecido como silencioso traseiro.
O silencioso intermediário serve para reduzir os ruídos de alta frequência produzidos pelo motor. Em contra partida o abafador serve para diminuir os sons de baixa frequência, os mais agudos. Ambos tem a função de reduzir os ruídos desagradáveis, porém em frequências diferentes.
No caso das motos, elas não possuem o silenciador intermediário, apenas o abafador. A razão disso é seu espaço reduzido, sendo mais compacta, as motos dispensam diversas peças que os carros possuem.
Como funciona o silenciador intermediário?
A queima de combustível criam gases e esses gases precisam ser dispensados, então eles são direcionados ao sistema de escapamento. Porém, todo esse processo criam sons, como o som da explosão do motor, por exemplo. Uma parte desse barulho é direcionado para o escapamento, então trabalho que o silencioso tem que fazer é reduzir esse som.
No sistema de escapamento os gases e o ruído circulam junto, mas antes de sair eles passam pelo silenciador, que funciona como uma espécie de labirinto de obstáculos, que para os gases é fácil de sair, mas para o som não.
O silenciador de escapamento possui uma anatomia bem simples. Ele começa no tubo de entrada, em seguida há uma câmara ressonadora, depois um tubo com perfurações e, por último, o tubo de saída. Seu sistema não é complexo e funciona da mesma maneira em carros e caminhões.
Na primeira parte, os gases produzidos pelo veículo passam pelo tubo central do silenciador e atingem e atingem uma parede, em seguida eles são refletidos por um orifício no corpo do equipamento. Depois disso, os gases passam por um conjunto de diversos furos existentes em outra parte da câmara e, finalmente, deixam o silenciador.
Todas as etapas que os gases tem que passar, como as paredes e as câmaras, fazem com que o som se dissipe. A câmara ressonadora é o principal componente para atenuar os ruídos provocados. Tanto seu tamanho e o volume de ar absorvido são pensados para reduzir o barulho.
Uma das principais, e fundamentais, características dos silenciadores é a capacidade de compressão de gases. Todo o labirinto descrito, as curvas e os orifícios, fazem o silenciador criar uma contrapressão no motor, o que pode fazer o veículo perder um pouco de potência, mas é isso que faz com que o barulho diminua.
Posso tirar o silenciador do escapamento?
Tirar o silenciador do escapamento, obviamente, vai deixar o carro mais barulhento, mas pode trazer diversos problemas, junto com a modificação. A primeira dor de cabeça é o próprio barulho, o som não será um dos mais agradáveis, o carro começará a vibrar mais e peças que são encaixadas ou rosqueadas podem começar a se soltar.
Outro problema que a retirada do silenciador do escapamento pode causar é um maior consumo de combustível. O equipamento tira um pouco da potência, os engenheiros utilizam essa informação para calibrar o motor corretamente, esse ganho de potência pode fazer o motor perder a calibração e aumentar o consumo.
A retirada do silencioso do escapamento pode sim trazer mais potência e aumentar o ronco do motor, elemento querido por muitos, mas os prejuízos serão maiores que os “benefícios”, como multas e apreensões. É importante lembrar que se o dono do veículo busca aumentar a potência, existem alternativas melhores do que mexer no sistema do escapamento.
Abafadores
O abafador é um outro item que trabalha de maneira semelhante ao silenciador, reduzindo os ruídos desnecessários. Ele deixa de lado os sons mais agudos e ressalta os sons mais graves. Ele fica na parte traseira do veículo, um elemento antes da ponteira do escapamento.
Ao invés de passar por um labirinto, os gases e os ruídos passam apenas por um tubo cheio de furos, o gás entra em uma câmara de ressonância e em seguida em outro tubo. Esse tipo de abafador é o mais simples e os veículos de fábrica vem com ele. Tal item também faz com que o motor perca um pouco de potência.
No caso do abafador esportivo, ele garante um ronco mais grave e potente, sem que haja uma perda de potência. Ele é um tubo reto revestido de algodão de vidro e outros isolantes acústicos.
O item deixa o som de carros populares, como um automóvel 1.0, por exemplo, semelhante ao som de carros esportivos. O ganho da potência é uma consequência, pois a peça não foi pensada com esse pr
O que a lei diz?
A ausência de silenciadores e abafadores em um carro são encaixados como uma infração média e pode acarretar em uma multa de R$127,96. A razão disso é que os ruídos se encaixam na lei de poluição sonora, além disso, a falta desses itens contribui também para a poluição do ar.
A modificação dos abafadores também pode se encaixar em infrações, nesse caso, graves. A troca desses itens sem autorização prévia pode acarretar em uma multa no valor de R$195,23 e medidas administrativas. Além disso, o veículo pode ser retido e liberado após a regularização.
Para motocicletas, as diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) determinam que no máximo 99 decibéis (db) podem ser emitidos pelas motos fabricadas até o ano de 1998. Modelos mais modernos devem ter os níveis entre 75 e 80db, algo que varia de acordo com a cilindrada.
Para os carros, a tolerância também varia de modelo para modelo, a média é de 80 decibéis (db), de acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente. Tais requisitos são analisados durante as inspeções.
É importante ficar atento a furos no escapamento ou trocas de peças feitas de maneira irregular ou mal feita também podem deixar o ruído do carro mais alto, algo que também é infração de trânsito.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ruídos acima de 75 decibéis são prejudiciais à audição humana. Eles podem causar perda de capacidade auditiva a longo prazo. Sem os silenciadores, alguns veículos podem emitir ruídos de até 110 decibéis, o controle é importante não só para deixar as cidades mais silenciosas, mas também para o bem estar da população.
Todo o sistema de escapamento
Antes de trocar qualquer peça do escapamento, é necessário entender sua anatomia complexa. Todo o sistema de escapamento é composto por cinco partes, sendo elas importantes para a redução de ruídos e a purificação dos gases.
O primeiro componente do sistema de escapamento é o coletor de escape. Ele é uma peça acoplada ao motor, feita de um conjunto de tubos de ferro fundido. Sua função é coletar os gases criados pela queima de combustível no motor e enviá-los aos próximos componentes do sistema.
O famoso silenciador ou silencioso é a peça que vem depois do coletor de escape. É importante lembrar que sua função é reduzir o ruído provocado pelo motor. É uma das peças mais importantes do sistema de escapamento.
Se o silenciador é uma das peças mais importantes do escapamento, o catalisador é o mais importante de todas. Sua função é filtrar os gases nocivos e deixa-los menos poluentes. Ele é composto com cerâmica e metais preciosos.
Não podemos esquecer do abafador. Ele tem uma função semelhante ao silenciador, porém opera em frequências sonoras diferentes. Além disso, o modelo esportivo pode realçar o som do carro.
Essas peças não ficam grudas umas nas outras, elas são interligadas pelos tubos de escape. Eles funcionam semelhante a uma rede de esgoto de uma cidade, passando por toda parte inferior do automóvel até a saída.
Existe uma peça extra, opcional, a ponteira do escapamento. Esse componente não é obrigatório, é 100% estético. Ele é acoplado ao abafador e dá um visual mais esportivo para a traseira do carro.
Cuidados com o escapamento
Caso precise trocar qualquer peça, opte pelas originais com o selo do INMETRO. Peças irregulares podem ficar fora do padrão de emissão de poluentes e ruídos, algo que pode acarretar em multas e pontos na carteira de motorista.
Certifique que o sistema de escapamento esteja bem posicionado e preso, pois ao passar em buracos, lombadas ou até por cima de galhos e pedras, o escapamento pode ser danificado. Todo cuidado é pouco.
Fazer o carro pegar no tranco também não é uma boa ideia. Essa prática pode fazer com que a gasolina que não foi queimada escorra pelo sistema de escapamento, fator que pode danificá-lo. Além disso, utilizar combustíveis de qualidade duvidosa também ajuda a diminuir a vida útil dos componentes.
No caso dos abafadores, é importante escolher o certo sempre, pois existem modelos universais, porém muitos carros não tem espaço suficiente para a peça. Então é necessário se certificar do tamanho do componente.
O futuro do sistema de escapamento
É um fato que o mundo dos automóveis está mudando, está ficando mais silencioso. Os carros elétricos vão aposentar diversos componentes de automóveis movidos a combustão, inclusive todo o sistema de escapamento.
Por não gerar gases, os veículos eletrificados não precisam de um sistema de escape. Além disso, o uso dos silenciadores e abafadores é completamente desnecessário, pois o ruído dos automóveis é quase zero.
Mas quem gosta do ronco do motor não vai ficar órfão, alguns modelos reproduzem sons semelhantes ao de um motor. O BWN Vision M Next, por exemplo, toca um conjunto de sons criados por Hans Zimmer (famoso por trilhas sonoras de filmes cultuados como Interestelar, Pearl Harbor, Homem de Aço e Batman).
Outras peças que serão aposentadas são o câmbio, radiador, bomba d’ água, reservatórios, válvulas, velas, correias, pistões e diversos outros componentes tradicionais. Além disso, sua manutenção pode ser 50% mais barata que um carro convencional, visto que ele possui menos peças.
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