Tradição e carreira: o conhecimento de anos na visão de um balconista

 Tradição e carreira: o conhecimento de anos na visão de um balconista

Os quase 30 anos no setor automotivo são um constante aprendizado para Edgard.

O grande movimento da Zona Leste de São Paulo faz parte do dia a dia da Autopeças Molina, no bairro Jardim Adutora. A loja está localizada nada mais nada menos do que na Avenida Sapopemba: a maior do Brasil, com 45 km de extensão e que atende 45 linhas de ônibus.

Lá, encontramos nosso entrevistado, e novamente o número 45 veio à tona; afinal, essa é a idade de Edgard Pedromo Junior, há 18 anos atuando atrás do mesmo balcão. Sua carreira, porém, começou muito tempo antes.

O início

O amor de Edgard pelo universo automotivo vem da infância. Quando criança, ao brincar na rua, sempre observava os carros que passavam, interessando-se por eles. Além disso, a influência familiar sempre teve grande peso durante à medida que o menino crescia.

“O meu gosto vem de família. Meu pai já trabalhava com a área automotiva, era bem antigo no ramo. Desde criança, eu vivia no meio disso; meu pai trabalhava no ramo automotivo, meu tio também. Então eu cresci gostando”, conta.

O balconista também recorda que o pai trabalhou em concessionárias da Volkswagen, além de várias lojas de autopeças e distribuidoras.

“Assim veio a influência, porque ali no meio, viajando com ele, convivendo no trabalho, conhecia o que era uma retífica, uma autopeças e a mecânica. Daí surgiu meu amor.”

Molina Auto Peças

Desabafo no lugar certo

Como era de se esperar, Edgard trabalhou um tempo com o pai, mas migrou para outros lugares, atuando também em oficina mecânica, onde ampliou os conhecimentos sobre autopeças, até partir para o balcão.

O primeiro revés não tardou a acontecer. Quando, junto a seu primo, Edgard abriu o próprio negócio de autopeças, as coisas não ocorreram como planejado. Restou a ele procurar um ombro amigo para desabafar, mais precisamente o de Wanderson, dono da Autopeças Molina.

Edgard em seu ofício

Tinha acabado de sair da loja e fui encontrar o Wanderson para conversar e tomar um café. Acabei sendo contratado.”

O dia a dia de um balconista

Atualmente, dadas as constantes atualizações nos modos de produção e relações entre os atores da indústria automotiva, a rotina de um balconista segue essa mesma toada.

Assim, para garantir o melhor atendimento possível e manter sua clientela sempre crescendo, Edgard preza por escutar e analisar o cliente com grande atenção na hora das vendas. Segundo ele, são ações simples, mas que fazem a diferença para tratar cada caso de maneira especial.

“Primeiramente respeitando seu cliente, vendo a necessidade dele, saber ouvir. Você, sabendo ouvir, você consegue saber o que o cliente quer. O cliente tem que sempre estar à frente para você saber o que ele quer”, argumenta.

E qual é a melhor parte desse cotidiano do balcão? Edgard considera que ela está na resolução dos diversos problemas que lhe surgem.

“É um prazer trabalhar nesse ramo, poder pegar uma peça e conseguir resolver o problema que um cliente tem.”

Dentro da clientela de Edgard estão os mecânicos, é claro. E um dos preceitos fundamentais para se construir uma boa relação é que balconistas e mecânicos estejam entrosados. Sobre isso, o entrevistado destaca:

A relação mecânico x balconista tem que ser direta e limpa. Se não, você não consegue trabalhar. O mecânico hoje exige uma atenção muito grande, pois o mercado tem uma gama muito grande de profissionais e peças. O relacionamento não pode ter curvas.”

O balconista Edgard e a equipe da Molina Auto Peças

Aprender sempre

Mais de 30 anos de carreira não significa sentar em cima do conhecimento e achar que sabe tudo. Edgard preserva boa parte da rotina do início de sua trajetória na juventude.

Novas peças, novos carros, novos métodos de fabricação, todos esses elementos fazem o balconista se agarrar à seguinte máxima: sempre é tempo de aprender.

“O dia a dia de um balconista de autopeças é bem dinâmico; a loja tem uma rotatividade enorme e você aprende todos os dias. O vendedor não sabe tudo, cada dia a gente aprende algo novo. Por isso, a importância de escutar o cliente. Se um balconista fala que sabe tudo, é mentira. Não, ele não sabe.”

Esta reportagem também se encontra na Revista Balconista S/A – Edição 33. Clique aqui para ler o material completo.

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