Modernização e eficiência da frota têm impulsionado a agricultura familiar e favorecido os pequenos produtores do país
Conhecido por sua vasta produção de commodities e grandes extensões de terras cultiváveis, o agronegócio brasileiro está passando por uma significativa transformação com o aumento do uso de tratores de pequeno e médio portes.
Esses veículos de trabalho possuem potência máxima de 200 cv, por isso antes eram vistos como ferramentas de menor impacto em comparação aos gigantes agrícolas, mas hoje se destacam globalmente por sua eficiência, maior acessibilidade e papel crucial no desenvolvimento sustentável das propriedades rurais, principalmente de pouca extensão.
De olho nesse cenário e sobretudo na importância do setor primário que amplia sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o Balconista S/A apresenta agora os principais benefícios, impactos e desafios impostos a partir dessa revolução silenciosa – apoiada de maneira decisiva pela indústria da mobilidade. Confira.
A venda de tratores pequenos e médios subiu consideravelmente nos últimos anos. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que, em 2023, foram comercializadas 60.981 máquinas agrícolas no varejo nacional, sendo boa parte delas composta de equipamentos menores.
A alta demanda, a segunda maior da história, aliás, vem impulsionada pela busca cada vez mais intensa por tecnologias que aumentem a produtividade e reduzam os custos operacionais, especialmente entre agricultores familiares e pequenos produtores.
Grosso modo: quanto mais compacto for o trator, mais acessível financeiramente ele se torna, não comprometendo nenhuma das operações exigidas no campo, como plantio, cultivo, pulverização e transporte de cargas, por exemplo.
Além disso, seu tamanho otimiza o trânsito em terrenos estreitos e irregulares, comuns nas propriedades de agricultura familiar, inclusive facilitando a aplicação de fertilizantes e pesticidas em áreas específicas, e até mesmo a colheita seletiva.
Outro ponto crucial é a sustentabilidade. Tratores pequenos e médios consomem menos combustível e, consequentemente, emitem menos gases poluentes se comparados aos modelos maiores, o que contribui para reduzir a pegada de carbono do segmento e alinhá-lo às práticas ecológicas que são tendências mundiais.
Por sua vez, o fator modernização se evidencia na tecnologia de ponta aplicada à frota, que passou a equipar sistemas de GPS e agricultura de precisão, entre outros, permitindo monitorar e otimizar bem melhor as tarefas.
Recursos assim têm sido fundamentais para elevar a produtividade e a rentabilidade sem que haja a necessidade de dispensar investimentos vultosos em maquinário de alta potência, fato que tem levado até os grandes produtores a apostarem nos compactos, bem como os fabricantes a valorizá-los e aprimorá-los.
Para se ter ideia, na Agrishow 2024, feira ocorrida entre abril e maio na cidade de Ribeirão Preto/SP, a John Deere anunciou que seus tratores de baixo porte passarão a sair de fábrica já com conectividade inclusa.
A companhia ainda introduziu no Brasil os pacotes Precision Upgrades Kits (PUK), a fim de incorporar inteligência avançada em equipamentos antigos ou mesmo em máquinas de outras marcas, medidas que compõem sua estratégia de conectar 1,5 milhão de veículos agrícolas até 2026.
O impacto do uso de tratores menores é bastante relevante no Brasil atual, pois eles possibilitam que pequenos agricultores, que representam 76,8% das propriedades rurais daqui, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evoluam não apenas suas condições de trabalho, mas seus resultados.
Com isso, observa-se a melhora na qualidade de vida do produtor acompanhada do fortalecimento da economia local, tendo em vista que a agricultura familiar é responsável por boa parte dos alimentos que chegam às mesas do país.
No entanto, ainda existem desafios a superar. Apesar dos avanços, o acesso ao crédito ainda é um dos principais obstáculos para uma parcela razoável de agricultores que desejam investir nas novas ferramentas. Nesse sentido, políticas públicas de financiamento e apoio técnico são essenciais para que essa modernização alcance um número superior de áreas.
De todo modo, não resta dúvidas de que a adoção dos tratores pequenos e médios estará na linha de frente do sucesso do agronegócio brasileiro no futuro, como já tem sido desde agora, democratizando o acesso à tecnologia no campo e promovendo colheitas ainda mais surpreendentes, sustentáveis e inclusivas.
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