União Europeia vai financiar hidrogênio verde no Brasil
Bloco econômico anunciou apoio à construção de usina para desenvolver combustível no Estado do Piauí
Na última segunda-feira, 20, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou o investimento de 2 bilhões de euros (mais de 10 bilhões de reais pela taxa de câmbio atual) para o financiamento da produção de hidrogênio verde no Brasil.
A informação foi compartilhada em participação por vídeo na Semana Europeia do Hidrogênio. O evento ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, contando, ainda, com a presença do governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).
O aporte será destinado à construção de uma usina na cidade de Parnaíba, no litoral do Estado. Batizado de ‘Green Energy Park Piauí’, o nome faz referência à empresa dona do projeto, que tem sede na Croácia.
Logística envolvida
A expectativa é que, a partir do parque piauiense, o hidrogênio seja exportado ao porto croata de Krk, a fim de abastecer indústrias de todo o sudeste europeu. Ainda em fase de obras, outro porto, o de Luís Correia, será o responsável por escoar a produção do combustível gerado na fábrica.
Segundo Ursula, a nova planta verde terá capacidade instalada de 10 gigawatts (GW) de hidrogênio limpo e amônia e, paralelamente, criará empregos locais e cadeias de valor no Brasil. O desejo por parte da União Europeia surgiu na visita da comissária a Brasília, em junho deste ano.
À época, a líder do bloco se reuniu com o chefe do poder executivo brasileiro para tratar dos investimentos, além de outras questões de interesse estratégico. “Juntamente com o presidente Lula anunciamos o apoio da UE à construção de um dos maiores projetos de hidrogênio do mundo”, falou à conferência, dando destaque ao cumprimento da promessa.
Otimismo nas alturas
Embora o Green Energy Park Piauí esteja no ‘hype’, a ênfase na produção de hidrogênio verde no Estado não foi concentrada apenas nesse empreendimento. Aliás, o programa croata é só um entre muitos que os governos estadual e federal esperam colocar em prática brevemente.
Novidade em termos de matriz energética, além de ecologicamente mais sustentável, o H2 é visto pela comunidade internacional como o “combustível do futuro”, por isso tem sido incluído num plano ainda mais robusto de emprego de capital aqui no Brasil.
Na sexta-feira, 17, foi emitida a primeira licença ambiental para iniciar seu desenvolvimento no território nacional. E as projeções apontam que a quantidade fabricada tornará o país detentor do maior projeto de hidrogênio verde do planeta.
Recentemente, o grupo Solatio Energia ganhou o direito de executar atividades nas linhas de transmissão e subestação elevadora em solo piauiense. A companhia vai instalar uma unidade de produção de Hidrogênio Verde e Amônia Verde, na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba.
Enquanto isso, a gestão orçamentária prevê investimentos superiores a 100 bilhões de reais na região pelos próximos cinco anos. Não à toa, o governador anda animado.
“Já estamos com a licença ambiental prévia do maior projeto de Hidrogênio Verde do mundo, que será o combustível do futuro, e que vai substituir essa matriz fóssil de uso dos derivados do petróleo, do gás, do carvão, para esse novo combustível aqui no Piauí” disse Fonteles, antes da viagem a Bruxelas.
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