Vermelho matador

 Vermelho matador

Em sua oficina na Vila Madalena, Gilberto Corrales, 53 anos, mostra com orgulho alguns carros de sua coleção. Antes de nos levar ao Chevrolet Bel Air 1955, modelo destaque desta edição, o colecionador fez questão de apontar detalhes minuciosos e interessantes sobre outros veículos que restaurou. Entre eles estão um Maverick Super Luxo, dois Riley dos anos 1940, e um Ford Thunderbird 1992 que, segundo ele, “é um futuro colecionável”.

Dono da GBC Auto Serviços, Corrales conta que, quando era jovem, não sabia exatamente do que gostava. “Com 14 anos eu fiz ensino técnico em eletrônica porque não sabia o que queria da vida”, diz. Mas, como o automobilismo sempre esteve presente em sua família, foi tomando gosto pelo assunto. “Meu tio-avô tinha uma oficina. Nos finais de semana eu ia pra lá desmontar e montar carros, sempre gostei muito de mexer. Depois, fui fazer engenharia mecânica e descobri minha paixão”. E não para por aí, já que seu avô, assim como seu pai, trabalharam na linha de montagem da Ford.

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Chegando na garagem de seu prédio, que fica ao lado de sua oficina, Gilberto retirou a capa protetora do automóvel mais valioso de sua coleção e nos apresentou seu Chevy Bel Air. O modelo 1955, da cor “vermelho matador” tem pneus faixa branca, rodas raiadas, aro 15’’, duas portas sem coluna, câmbio automático e um motor V8 com um ronco ensurdecedor. No interior, estofados e carpetes vermelhos, detalhes em madeira, assentos gigantes, luz de cortesia no teto e cinzeiros espalhados pelo carro remontam ao luxo e conforto dos anos dourados.

Dando uma volta pelas ruas da região, o restaurador contou sobre o passado do seu veículo. O Bel Air chegou zero quilômetro ao Brasil no mesmo ano em que foi fabricado, e pertencia a uma família de turcos, “que usaram o carro até ele parar de vez”. O processo de restauração levou seis anos. Gilberto afirma que as peças foram fáceis de encontrar, devido o sucesso do automóvel nos Estados Unidos. O que fez o processo ser demorado, segundo Corrales, foi o alto custo dos equipamentos, já que todos foram importados. No final, o investimento deu resultado.

Em 2013, na primeira vez que Gilberto foi passear com o carro, já voltou com um prêmio e uma história para contar. “Fui pra Águas de Lindóia visitar um evento de antigomobilismo. Nunca tinha viajado com o carro, e ele nem estava inscrito na premiação mas, quando eu cheguei, já pediram pra colocar na praça porque acharam muito bonito. Não deu outra. Pouco tempo depois um organizador perguntou: O Bel Air é seu? Vai lá inscrever porque ele foi premiado”, conta sorrindo. “Isso que ainda faltavam alguns retoques. A ideia era concorrer apenas no ano seguinte, mas nem precisei esperar”, disse.

Mas qualquer carro da coleção, até os premiados, podem ser vendidos. Gilberto afirma que antes de vender um automóvel, ele gosta de viajar pelo menos uma vez com o veículo. “Só teve um carro que eu não tive tempo de viajar. Era um Cutlass 1967, e eu não tinha nem terminado de restaurar quando um cara viu e decidiu comprar na hora”. No entanto, Corrales diz que nunca vai em busca de um comprador. “Eu não vou atrás. Mas se aparecer alguém, é só fazer o cheque”, conclui.

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