Um superesportivo com mais de sessenta anos de idade. Atualmente em sua sétima geração, ele é, hoje, o veículo há mais tempo em produção no mercado automotivo. Quando foi apresentado ainda como carro conceito no Motorama, antiga feira norte-americana, não se imaginava que ele seria responsável por bater de frente com os modelos europeus que, nos anos 1950, eram os preferidos nos Estados Unidos. Com uma intensa história de amor com os motores V8, nosso placa preta da edição é um Chevrolet Corvette.
Foi no lado de fora do Salão do Automóvel de São Paulo que encontramos com Guilherme Fernandes, diretor de finanças e dono de um Corvette 1976, geração 3, último da linha Stingray, que só voltaria em 2014. Como muitas outras entrevistas que fizemos com donos de carros antigos, a fixação de Guilherme com o “Vette” também começou na infância. “Sempre gostei de carros da Chevrolet em geral, desde criança. Quando eu tinha 14 anos morei por um tempo nos Estados Unidos. Lá, tinha um conhecido da família que colecionava Corvette. A coleção começou a crescer e, como não tinha mais espaço na casa dele, começou a estacionar na garagem da minha casa. Aí pra se apaixonar foi fácil”, conta.
Ainda assim, foram algumas décadas até que Fernandes se tornasse realmente dono de um Corvette. O carro, presente de aniversário de 40 anos dado por sua esposa, foi também um presente do mais puro acaso. “Um amigo meu, dono de uma Harley-Davidson, levava a moto dele sempre na mesma oficina. Um dia ele pediu carona pra ir buscar a Harley que tinha ficado pronta e, chegando lá, eu não conseguia encontrar vaga pra estacionar. Fiquei dando voltas até achar uma vaga que ficava em frente à uma loja de carros antigos. Foi lá que a ‘Corvettona’, que veio direto do Texas, estava me esperando. Aí minha mulher me deu de aniversário e depois ficou preocupada que começassem a me paquerar por causa do carro, mas, pra falar a verdade, ele só chama atenção dos homens”, brinca.
Com o carro há três anos, Guilherme está fazendo reparos aos poucos. “Até agora arrumei pouca coisa. Troquei pneus, amortecedor, buchas de suspensão, cabos de velas e dei uma geral no motor. Quero dar uma melhorada no estofamento, arrumar uns trincadinhos no painel e consertar o relógio que não está funcionando. O bom é que pra encontrar peça dele é muito fácil, tem centenas de catálogos online nos Estados Unidos. Até pra esse modelo, que é de um ano considerado simples e não muito valorizado, dá pra encontrar tudo sem problemas”.
Fora isso, o Vette 76 conta com motor V8 Small-Block 350 5.7 litros original de plaqueta, coletores de alta performance Edelbrock, câmbio mecânico quatro marchas, farol escamoteável à vácuo, sistema de acessórios também à vácuo, cinto original três pontas, rodas raiadas, farol alto no pé, ar condicionado e rádio original fita 8mm. O V8 Small-Block é justamente uma das marcas registradas do veículo. Foi com ele que o Corvette venceu duas edições das 24 horas de Le Mans (1960 e 2011). Foi também o V8 que reviveu o esportivo pouco depois de ser lançado, como falamos na matéria especial desta edição sobre os Small-Blocks.
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É com tudo isso que Fernandes vai duas vezes por semana para o trabalho, além de fazer algumas viagens curtas com os amigos. “Eu não tenho medo de usar no dia a dia porque todo mundo olha, me sinto até mais seguro. Já na estrada a gente roda em comboios muito grandes, não tem perigo. É só pegar um dia de sol, tirar a capotinha, torrar a cabeça e sentir o vento no rosto, nem precisa de ar condicionado”.
Agora, Guilherme só pensa em esperar seu filho atingir a maioridade para que ele também possa dirigir o Corvette. “Eu não vendo. Depois que meu filho aprender a guiar ele vai pegar sim. O carro é nosso. É o nosso hobby e o nosso xodó”, conclui.
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