Vivendo entre pesados

 Vivendo entre pesados

Uma vida inteira em meio aos pesos pesados das estradas. Essa é a história de José Roberto Andreani Camim que, quando tinha apenas 14 anos de idade, conseguiu seu primeiro emprego em uma autopeças especializada em caminhões. Hoje, com 56 anos, o balconista natural de Leme, cidade do interior de São Paulo que fica a cerca de 200 km da capital, continua trabalhando no mesmo ramo. Há cinco anos na 3 Diesel, loja de autopeças que atua na região de Leme e Araras, José faz um pouco de tudo. “Eu trabalho no balcão, mas como aqui é muito corrido, a gente acaba ajudando em outras áreas, arrumando o estoque, conferindo mercadoria, separando alguma peça e etc. É difícil, mas a gente vai levando”, conta o balconista.

Ao longo dessas quatro décadas de experiência, onde por trinta e dois anos trabalhou em uma única loja, só por uma vez José tentou mudar de área. “Estou no ramo das autopeças desde 1974. Mesmo assim, teve um ano em que tentei mudar de profissão e fui trabalhar em um depósito de construção civil, vendendo todo tipo de material para obra, mas não durou muito. Logo pensei: vou voltar para o setor em que eu cresci. Dei sorte e apareceu a oportunidade de vir para cá. Não tem jeito, essa é a profissão que eu escolhi. Eu brinco dizendo que o que mudou só foi o produto, porque a relação direta com o cliente ainda era a mesma, tinha que conquistar sempre e, principalmente, fazer o cliente voltar.”

“…tentei mudar de profissão e fui trabalhar em um depósito de construção civil, vendendo todo tipo de material para obra, mas não durou muito. Logo pensei: vou voltar para o setor em que eu cresci.”

E é justamente no cliente que o balconista aplica toda sua bagagem acumulada. “Não importa se o telefone está tocando, se a loja está cheia de mecânico atrás de peça, a gente tem que se virar. Até porque, aqui vem muita gente que usa o caminhão para trabalhar no dia a dia, ou seja, faz do veículo seu sustento e não pode ficar com o carro parado. Aí entre uma cidade e outra a pessoa para na oficina, faz a revisão, e depois já vem na loja procurar as peças. Se precisar mandamos até o motoboy entregar. Estamos aqui por eles”.

Outra artimanha usada pelo profissional é a relação com outras autopeças da cidade já que, por ser pequena, o contato se torna mais fácil. “Aqui em Leme a gente conhece todo mundo, então quando vem um cliente com uma demanda que não é do nosso segmento, vamos conversando com outros vendedores para ver se encontra a peça. Hoje, com esses caminhões mais novos entrando no mercado, cheios de partes eletrônicas, é muito comum isso acontecer. Mesmo assim já teve loja que falava que não tinha a peça, ou jogava o preço lá em cima, só pra gente perder o cliente. Isso acontece muito”, conta.

Agora, José Roberto e a equipe da 3 Diesel estão de malas prontas para uma mudança. No começo de 2017, a loja irá para um galpão na mesma rua, só que bem maior. “Aqui a gente não tem espaço, as peças muito grandes como tambor de freio e tanque de combustível têm que ficar em um outro lugar, que a gente usa só como depósito. Agora, quando a gente for para esse lugar que é maior, vai dar para colocar tudo no mesmo espaço, o que é melhor para atender aos clientes. Fora isso, claro, é um sinal muito bom para loja: estamos crescendo”

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