Um dos patrocínios mais duradouros da competição, a Marlboro seguiu por décadas de forma implícita nos carros da Ferrari.
Há mais de 40 anos, a indústria tabagista está inserida no mundo automobilístico, principalmente em anúncios nos carros da Fórmula 1. Porém, em 2007, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) criou uma lei que proíbe propagandas de cigarros na modalidade.
Mesmo assim, as montadoras deram um jeito de continuar as parcerias, estampando as marcas de forma mais disfarçada em suas máquinas.
Pertencente à Philip Morris, a Marlboro começou a patrocinar o automobilismo em 1972. Na F1, estampou os carros de equipes como McLaren, BRM e Alfa Romeo.
No caso da Ferrari, estima-se que o valor investido pela Marlboro na montadora italiana em 2017 foi próximo a 160 milhões de euros por ano (o equivalente a R$ 600 milhões). Com mais de 40 anos de duração, a parceria Marlboro-Ferrari teve seu auge no final da década de 1980. Quem idealizou e facilitou esta colaboração visionária foi John Hogan, conhecido como “Homem Marlboro” na F1.
O público perdeu as contas de quantas vezes viu a marca se associar às grandes conquistas na história do torneio, entre elas as de Ayrton Senna e os cinco títulos consecutivos de Michael Schumacher pela Ferrari (2000-2004).
Porém, à medida que o cerco se fechava aos patrocínios de empresas tabagistas no esporte, a FIA decidiu proibi-los permanentemente em 2007. A decisão atendeu à proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita durante a Convenção de Controle ao Tabaco, com o intuito de alertar os danos causados à saúde por essa substância.
Para contornar a proibição da FIA, a escuderia italiana mudou a pintura de seus carros entre 2007 e 2010 para códigos de barras em branco, vermelho e preto. Assim, tinha-se o logotipo da Marlboro de modo subliminar.
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No entanto – e como era de se esperar – a FIA desaprovou a manobra, determinando a retirada da propaganda. Depois disso, a Phillip Morris retirou definitivamente os logotipos, embora mantivesse o patrocínio milionário. Em 2018, o grupo voltou a dar as caras nos carros da Ferrari por meio da Mission Winnow, iniciativa da empresa tabagista.
O objetivo da Mission Winnow era substituir drasticamente os cigarros por produtos livres de fumaça, buscando mais consumidores. Seu logotipo contava com um “M” semelhante ao da Marlboro, que foi logo percebido pela FIA. A própria Ferrari passou a se chamar “Scuderia Ferrari Mission Winnow”.
Assim, a Federação ordenou a remoção da publicidade de 11 dos 21 Grandes Prêmios do ano seguinte em função das leis dos países que proíbem propagandas de cigarros.
Após tanto se estender essa espécie de jogo entre gato e rato, a Philip Morris enfim saiu do quadro de patrocinadores da Ferrari, dando lugar ao Banco Santander. Embora haja a intenção de manter a relação de outras maneiras, já está decidido que, ao menos para 2022, a equipe volta a se chamar “Scuderia Ferrari”.
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