A nova geração do balcão

 A nova geração do balcão

Acaso, susto, destino. Essas foram só algumas das expressões que Nelson, de apenas 21 anos, usou para contar como foi parar atrás do balcão. Há três anos, quando ele entrou na Jocar Autopeças para fazer uma entrevista para uma vaga na parte administrativa, se alguém perguntasse sobre trabalhar como vendedor ele provavelmente acharia que era uma piada. Mas, a vida acontece e hoje lá está ele, na mesma loja, bem longe do administrativo e bem perto dos clientes.

Parecia tão improvável porque, além da curiosidade e de certo interesse, Nelson não tinha nenhuma relação com o universo automobilístico. Foi assim, nessa casualidade, que ele ganhou não só um emprego, mas também experiência, conhecimento e vários amigos. “Uma das partes mais legais é aprender mais sobre os carros. Também é muito gostoso o ambiente, o pessoal aqui é muito gente boa, daí da vontade de trabalhar”, disse enquanto era um dos amigos de balcão fazia uma piada com ele, comprovando o clima descontraído da loja.

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Quando o balconista começou, ele não sabia nem o que era capô direito, como lembra. Focado no treinamento de três meses, que consistia em acompanhar um vendedor mais experiente, ele se esforçou muito para conseguir atender sozinho o mais rápido possível. Hoje ele pode falar orgulhoso que já conhece decorado 80% do estoque. O jovem reconhece que sem os mais velhos não teria chegado até aqui. “Além de ensinar sobre as peças o pessoal que está nisso há mais tempo ensina como lidar com as pessoas, como atender direito. Tem gente que dá para brincar, tem gente que não, tudo isso eles mostram para gente como fazer”, contou.

Mesmo com todo o empenho o início não foi fácil, já que, como ele lembrou, as pessoas não acreditavam que alguém novo como ele conseguia atender. “Sofri muito no começo. Tem um cliente, que vem até hoje aqui, que chegou com uma lista de peças do fusca logo nos meus primeiros dias. Eu perguntei para ele se a maçaneta era para o lado esquerdo ou direito, sem saber que no fusca a maçaneta não tem lado certo, e ele disse que eu não sabia trabalhar e que queria ser atendido por alguém que sabia”, contou ele. Até hoje o cliente se recusa a ser atendido pelo Nelson, ainda que ele tenha aprendido muito desde então.

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O reconhecimento, entretanto, também veio. Dos clientes que viraram amigos, um mineiro que traz pinga sempre que passa pela Jocar e um que sai com ele para uma cerveja, por exemplo, e da loja com as responsabilidades e um espaço cada vez maiores. “Você acaba ficando amigo porque a pessoa tá sempre vindo, ai pega uma confiança e acaba querendo sempre ser atendido por você. Isso é bem legal”, contou.

Mesmo gostando do que faz Nelson tem dúvidas sobre o futuro, ainda está descobrindo caminhos, é ambicioso e, independente do setor, quer crescer. “Não quero me acomodar. Eu gosto de trabalhar com carro, mas quero sempre ter a possibilidade de crescer, então, não dá para falar sobre o dia de amanhã”, concluiu.

 

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