Priscila Veloso atuava como caixa e nem sonhava em migrar para o balcão, mas tudo mudou quando ela se descobriu uma excelente vendedora de autopeças.
Existem datas e datas. Por exemplo: hoje, 13 de maio, é nosso dever não apenas celebrar o Dia do Automóvel, como também exaltar os responsáveis pelo ato final nas vendas de peças veiculares – olho no olho com a clientela.
Aproveitando o mote, o Balconista S/A conversou com Priscila Keity Veloso, 26 anos, que nos contou a respeito da sua experiência no setor automotivo.
É claro que o Balconista S/A jamais deixaria de prestar uma homenagem e, para isso, nós convidamos a balconista Priscila Keity Veloso (26) para contar um pouco de sua experiência no ramo automotivo.
Priscila é balconista da DF Auto Peças, localizada na Rua Padre Eugênio em Jacareí (SP), e especializada no fornecimento de componentes para vans, caminhonetes, ônibus e caminhões, entregando produtos de multimarcas compatíveis com as principais montadoras do ramo.
A entrevistada conta que entrou na DF Auto Peças por acaso. Em 2020, quando estava desempregada, foi chamada para fazer atendimentos esporádicos como caixa, por indicação do marido que já trabalhava no setor automotivo. Como demonstrou talento, ela foi contratada depois de certo tempo, e aos poucos aprendeu sobre componentes automotivos com os colegas até se apaixonar pela área.
Inicialmente, a (ainda) caixa passou a atender demandas básicas, vendendo óleo, filtro e disco tacógrafo, mas em seguida já se tornava a balconista de autopeças da linha diesel.
“Antes da profissão, confesso que não conhecia absolutamente nada de peças e não era uma área em que eu tinha interesse. Mas fiz um bom treinamento com um dos melhores balconistas da empresa e em seguida me capacitei com um curso de vendas de autopeças”, recorda.
Todos os anos os veículos passam por atualizações de sistemas, de peças, isso sem contar o lançamento de diversas novas linhas, seja de automóveis nacionais ou importados. Assim, a DF Auto Peças enfrenta o desafio de se manter a par dessas mudanças no mercado, especialmente por ser uma empresa especializada em linha pesada, um nicho mais complexo.
“Devido à entrada de tantos novos veículos, é muito complicado manter o estoque sempre em dia, principalmente quando chega para nós uma demanda de um caminhão recém-lançado, por exemplo. Muitas vezes não achamos a peça de imediato e precisamos pesquisar muito, correr atrás. A competitividade de preços e a concorrência em si também dificultam, mas o trabalho é feito com empenho. Então, tudo acaba dando tudo certo no final”, relata.
Para fidelizar o cliente, Priscila aponta as prioridades: tratá-lo com educação, ter boa vontade para ajudar e demonstrar conhecimento sobre os produtos, sejam quais forem as dificuldades do dia a dia.
Ainda em relação ao bom atendimento atrás do balcão, a entrevistada ressalta que tudo depende da dedicação e da força de vontade, que, por sua vez, estão diretamente ligadas à paixão pelo ofício. O seu sucesso com as vendas é tanto que Priscila tem um Whatsapp próprio para clientes que desejam fazer orçamentos diretamente com ela.
É fato que, por muitos e muitos anos, o setor automotivo foi liderado por homens. Embora o gênero masculino siga como maioria, o cenário vem se moldando especialmente na última década, abrindo espaço para que mulheres também mostrem que sabem do assunto. Sobre isso, Priscila lembra dos desafios iniciais:
“Quando comecei a trabalhar como balconista, eu tive um certo problema com o machismo. Os homens ficavam desconfiados de comprar peças indicadas por uma mulher. Além disso, já enfrentei situações onde ‘davam em cima’ durante o atendimento. Mas isso tudo foi mudando, hoje eu tiro de letra”.
“Para mim o automóvel deixou de ser apenas um símbolo de luxo. Ao trabalhar com a linha pesada pude ver de perto a importância dos ônibus, por exemplo, que nos levam para lá e para cá pela cidade. A logística e entrega de mercadorias que são realizadas por meio de caminhões e motos também são essenciais nos dias de hoje. O automóvel hoje nos liga. É uma forma de conexão entre pessoas, lugares e profissões. Graças a ele muitas formas de trabalho foram criadas. Então, o automóvel para mim é isso, não é luxo, é uma conexão”, finaliza.
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