O Puma GTE 78/78 do Ismael é sucesso em Itapevi há muitos anos. E ele já foi dividido por dois vizinhos.
Nosso placa preta desta edição chama a atenção. Logo na chegada da nossa equipe ao local de encontro com o Ismael, ele brilhou. O Puma GTE 78/78 amarelo reluz aos olhos de todos. Ainda mais quando bem cuidado. É o caso desse carrão.
O desenvolvedor de produtos de 42 anos, Ismael Piccirilo, é um apaixonado por carros desde a infância. Por carros antigos ainda mais.
“Tenho vontade de comprar um carro desse (Puma), desde que ainda era menino, com uns 17 anos. Um cara perto da minha casa tinha um e estava vendendo, mas na época não consegui comprar. E ficou essa vontade desde então.”
A paixão permaneceu. E quis o destino que Ismael tivesse uma nova chance de adquirir a máquina dos sonhos. Em 2010, o desenvolvedor de produtos mudou-se para um condomínio de casas em Itapevi. No local, conheceu Paulo Roberto Didier, dono de um Puma GTE 78/78 e um Fusca. Ambos, placa preta.
Ele era um ex-colecionador de carros nos anos 70/80. Colecionava, especialmente, carros air cooler da Volkswagen, tudo que era refrigerado a ar.
Entretanto, as coisas não correram bem para Paulo, que precisou se desfazer de toda a coleção. Mesmo assim, ele decidiu que algum dia voltaria a ter os veículos em sua posse. E conseguiu, readquirindo dois deles: o Puma e o Fusca.
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“Cara, vou vender para você”
Ismael e Paulo se aproximaram, e a conversa tinha quase sempre o mesmo assunto: carros. Foi assim que iniciaram uma grande amizade. A paixão pelos automóveis os unia: “A gente construiu uma relação bacana como amigos. Ele era bem mais velho e me travava um pouco como filho˜, relembra. Juntos, passeavam pelas ruas do condomínio com o carro. Porém, sempre com o dono ao volante.
Em meados de 2014, Paulo decidiu vender as máquinas. Ismael, claro, se interessou. Entretanto, a proximidade do nascimento do filho o impedia. Mesmo assim, o amigo insistiu para que comprasse.
“Cara, vou vender para você. Me fala aí como você quer pagar, e o carro é teu˜, disse Paulo.
Assim, chegaram a um consenso. Ismael ficaria com os carros, mas, se resolvesse vender, ofereceria primeiro ao antigo dono. Negócio fechado.
Mesmo assim, Paulo nunca se desconectou dos veículos. Eles mantiveram os passeios pelo condomínio, além de começarem a se encontrar com outros colecionadores. Às vezes, o volante ficava a cargo do velho proprietário. Além disso, por motivos de falta de espaço na residência, Ismael continuava a deixar os carros na casa do amigo.
Paulo deixou este mundo em 2015. Sendo assim, o legado do Puma ficou com Ismael. E ele já parece ter um herdeiro para o automóvel: André, ou Dedé, de apenas 2 anos, é apaixonado pela máquina.
“Tem a questão de colocar cadeirinha, de segurança. Eu ando aqui dentro bastante com ele, e volta e meio eu chego do trabalho e ele pede para dar uma voltinha de Puma. Mas, no aniversário dele de um ano eu coloquei a cadeirinha dele dentro do carro e ele chegou na festa com esse carro (…) ele tem dois anos e meio e já é apaixonado pelo Puma também, finaliza o paizão.
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