Brasil sem combustível? Isso é uma realidade próxima

Os dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) revelam que em 2018 (últimos dados disponíveis) o Brasil teve 1,939 bilhão de toneladas de emissões brutas de CO2. Só os veículos movidos a gasolina são responsáveis por 3,23% das emissões de CO2, por conta do combustível usado, mas esses números podem estar com os dias contados.

Imagine a frota de veículos brasileira, que possui mais de 65,8 milhões de automóveis circulantes, sendo 100% elétrica. Isso seria um avanço que reduziria em 54% do consumo de combustíveis fósseis no Brasil, segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).

Esses números são válidos apenas para o CO2. Na queima de combustível fóssil, outros gases também são liberados, como os óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e aldeídos.

Mudanças

Apesar de assustadores, esses números podem ser zerados, ainda nesse século. Algumas regiões brasileiras estão investindo em combustíveis alternativos e a extinção dos fósseis. Em São Paulo, por exemplo, desde 2018, há uma lei municipal que estabelece que todos os transportes públicos da cidade devem zerar a emissão de gases do efeito estufa até 2038.

Outro exemplo de mudanças é a Ilha de Fernando de Noronha, que em 2019 aprovou o projeto de lei que estabeleceu uma data limite para a retirada de todos os automóveis movidos a combustível fóssil. A partir de 22 de agosto de 2022 nenhum veículo que não seja 100% elétrico poderá entrar no arquipélago e até 2030 a frota da ilha será completamente eletrificada.

A iniciativa não é apenas pública, a montadora alemã, BMW, já instalou mais de 150 postos de recarga para automóveis elétricos na Grande São Paulo e na rodovia que liga a capital paulista com o Rio de Janeiro.

Fim dos veículos a combustão?

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) propôs um projeto de lei (304/2017) que, se for aprovado pela Comissão de Meio Ambiente (CMA), impedirá a venda de carros que usam combustíveis fósseis até 2030. Além disso, o projeto estabelece que a partir de 2040, todos os veículos a combustão serão proibidos de circularem nas ruas. O projeto de lei diz:

Institui a política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis e altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) para dispor sobre a vedação a comercialização e a circulação de automóveis movidos a combustíveis fósseis.”

Projeto de lei 304/2017 – Ciro Nogeuira (PP-PI)

Na justificativa do decreto, o senador afirma que se nada for feito, o mundo sofrerá graves consequências. “Se nada for feito, as mudanças climáticas resultarão em grandes tragédias, como a inundação de cidades litorâneas pelo mar e o consequente deslocamento de grandes quantidades de pessoas”, justificou no documento oficial.

Outros países

Reino Unido e França também planejam banir esses automóveis até 2040, enquanto a Índia prometeu se livrar dos motores a combustão até 2030; Noruega espera conseguir até 2025.

O movimento é mundial, muitos dizem que é um avanço inevitável e, apesar das pessoas que são contra, as ruas mais cedo ou mais tarde ficarão mais silenciosas.

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