Não é segredo para ninguém que dirigir um veículo enquanto chove requer cuidados maiores. O maior perigo, nessa situação, é o fenômeno da aquaplanagem, responsável por fazer o carro derrapar e não mais seguir os comandos de seu dono. Confira algumas dicas de como evitar o efeito, entendendo como ele funciona, e também de como guiar seu carro na chuva em situações cotidianas e até enchentes.
Um dos principais problemas que envolvem dirigir na chuva está ligado à visibilidade do motorista, que fica prejudicada. Por isso, as primeiras medidas a serem tomadas nessa situação estão relacionadas a manter uma boa visão do que acontece nas ruas e estradas.
Para tanto, é sempre muito importante manter os limpadores de para-brisa adequados e revisados, para funcionarem perfeitamente em momentos como esse. Além do perigo gerado por sua não-utilização, também é importante lembrar que dirigir na chuva sem acioná-los pode resultar em uma infração grave, com multa de R$195,23.
Também há outro fator que piora a visibilidade: os vidros embaçados. Para melhorar isso, os carros mais novos têm uma função do ar condicionado que faz com que esse seja direcionado para os vidros da frente e de trás. Mas, para os veículos que não têm essa opção, também é possível abrir um pouco o vidro e deixar que o ar circule, ocasionando ventilação.
É importante, também, lembrar-se de ligar o farol e deixá-lo funcionando mesmo que ainda seja dia. Na chuva, com a visão prejudicada, observar as luzes dos carros pode ajudar muito os motoristas. Mas é bom lembrar que, quando há neblina, há uma luz específica para ser acionada: a luz de neblina. Ela é um pouco mais fraca e não causará um efeito adverso, sem querer prejudicando a visibilidade dos condutores.
A velocidade também é uma parte essencial dessa história. Conduzir o carro na chuva em alta velocidade pode gerar problemas muito graves, como o fenômeno da aquaplanagem – um dos maiores vilões dessa pauta, principalmente em estradas.
A aquaplanagem é uma ocorrência física que se dá sempre que existe uma camada de água espessa na pista, causada por chuva forte, e o veículo perde um pouco o contato com o chão ao passar por ela. Parece improvável, mas, por alguns segundos, os pneus do carro realmente passam a encostar menos no solo, perdendo contato com ele e flutuando sobre a água.
Na física, existe uma equação que ajuda a explicar essa questão. Ela mede a chamada “Força de Atrito” – a qual atua sempre que dois corpos (no caso, o asfalto e o carro), entram em contato e há uma resistência para a continuidade do movimento de ambos. Ela está representada a seguir:
F = μd . N,
“F” representa a Força de Atrito (explicada acima); “μd” o coeficiente de atrito dinâmico (que mede o quanto dois corpos resistem ao deslizar um sobre o outro); e “N” a Força Normal (força que o asfalto exerce sobre o automóvel, dependendo apenas do peso deste).
O que acontece, na aquaplanagem, é que, quando a água se intromete entre o carro e o asfalto, o coeficiente de atrito dinâmico muda, tornando-se mais baixo. Enquanto, no asfalto seco, esse coeficiente varia de 0,5 a 0,8, no asfalto molhado, pode medir de 0,25 a 0,75. Isso significa que o carro na chuva enfrentará uma força de atrito menor, e uma resistência menor para com o solo.
Como resultado, o carro vai deslizar.
As consequências disso podem ser bastante severas para o motorista e seus passageiros: o volante perde seu controle sobre direita e esquerda e o carro segue em uma linha reta constante. Sem poder virar ou frear – já que pisar no freio pode até piorar a situação –, a ocorrência pode ser muito perigosa em estradas apinhadas de carros e de curvas.
Há alguns elementos que elevam as chances de o fenômeno acontecer. A velocidade é comprovadamente um deles. Quanto mais rápido um veículo se encontra, geralmente depois de passar a marca de 70 km/h, maiores são as chances de o carro derrapar. Isso acontece porque não há tempo suficiente para que a água seja escoada para fora da pista, gerando acúmulo dela embaixo do pneu.
Por isso, o melhor, ao dirigir estradas com chuva, é diminuir a velocidade. E, para casos em que não dá tempo de fazer isso (quando o carro já está andando muito rápido e a camada de água se encontra logo à frente), o motorista não deve frear nem virar o volante tentando escapar da faixa. O melhor é tirar o pé do acelerador e esperar que o carro diminua sua velocidade progressivamente, até retomar o controle.
Outra dica muito importante está relacionada aos pneus. Esses contêm sulcos que, idealmente, devem ter uma profundidade de 1,6 milímetros. Os sulcos estão presentes justamente para escoar a água das rodas e impedir que o veículo perca o contato com o solo.
No entanto, quando o pneu já rodou muito e está careca, a borracha externa já foi muito gasta e a profundidade dos sulcos consequentemente diminuiu. Isso aumenta as chances de ocorrer aquaplanagem, porque a água da pista não será drenada e se acumulará com mais facilidade entre o pneu e o solo.
Além disso, testes feitos com pneus corretamente calibrados, em comparação com pneus com baixa pressão, mostram que o carro também perde mais o controle na segunda situação. Principalmente quando o veículo tenta se desviar rapidamente de algo na estrada, há uma perda maior quando o pneu não segue as especificações de pressão.
Talvez algum leitor esteja pensando que está livre de passar por isso, por causa do modelo moderno de seu veículo. Mas acontece que, geralmente, o modelo do carro não influencia em seu desempenho em situações como essa. As únicas especificidades, que geram algumas alterações no resultado final, são duas.
A primeira é que carros com pneus mais largos têm mais chance de deslizar, porque a quantidade de água que precisam mover embaixo deles é maior.
A segunda é que veículos mais pesados têm uma maior Força Normal (a qual está presente na equação citada acima), e, portanto, geram uma Força de Atrito maior com o solo. Seus riscos de perder o contato com o chão, portanto, são menores – o que não significa que o carro está longe de perigo.
Muito frequentes em cidades por todo o Brasil, as enchentes têm ganhado um espaço muito grande em noticiários por seu grande poder de causar danos. Os estragos causados no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, por exemplo, têm sido notáveis, e são gerados tanto pelas frequentes e anuais chuvas de dezembro a março, quanto pela falta de preparo dos municípios para lidar com elas.
A situação pode gerar desespero em motoristas que saíram de casa antes que a tempestade caísse, vendo-se de repente muito próximos de entrarem para a estatística de atolamento de veículos. Nem sempre há como escapar de algumas danificações no carro, mas existem algumas dicas do que fazer para evitar o pior:
– Evite sair em dias chuvosos. Se possível, não saia com o carro nos dias em que a previsão aponta para chuvas fortes;
– Procure lugares altos. Assim que perceber que a chuva está muito intensa e pode gerar complicações, dirija o carro até um lugar alto. Dessa forma, por mais que você tenha que esperar algum tempo para fugir da situação, o seu carro (e você) não correrão perigos;
– Só prossiga se a água estiver baixa. Quando o motorista se encontra em uma rua alagada e já não há como voltar atrás, ele deve observar se a água está na altura da metade da roda. Se sim, pode prosseguir dirigindo devagar, alternando primeira marcha e segunda com cuidado, mantendo distância do carro da frente. Se o veículo “morrer”, não se pode reiniciá-lo, podendo agravar o defeito no motor.
Nessa situação, deve-se manter a velocidade e a aceleração constantes, caso contrário a formação de ondas vai ocasionar a entrada de água no escapamento, causando um calço hidráulico – entrada de água nas câmaras de combustão do motor. Para resolver o problema depois, é muito mais complicado.
– Se estiver alta, procure colocar o carro sobre a calçada. Caso a água esteja subindo rapidamente, o melhor a fazer é tentar colocá-lo acima da calçada para elevar a altura da saída do escapamento, e então abandonar o carro rapidamente.
– E depois da má sorte? Depois, é preciso levar o carro imediatamente para uma oficina mecânica, guinchado, e fazer todas as revisões possíveis: no sistema elétrico, mecânico e de ventilação. Verificar o motor, o óleo, os filtros – mesmo que, aparentemente, não haja nada de errado.
Se tiver seguro, o motorista não precisa se preocupar tanto: ele provavelmente vai cobrir os estragos. O problema é se a seguradora conseguir provar que o condutor agiu de forma imprudente, colocando-se em uma situação de risco sem necessidade. Mas, na maioria dos casos, a questão financeira com a seguradora é resolvida com facilidade.
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